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A maldade alheia pode me fazer mal?

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Muitas pessoas vêm conversar comigo e dizem que a vida não vai bem. Suspeitam que alguém esteja lhe desejando o mal. Parecem estar sendo dominadas por uma força que vem de fora e é negativa. Logo começam a suspeitar de muitas pessoas. O fato é: pode existir alguém que não queira o nosso bem, ou melhor, que quer que o pior nos aconteça. Os corações humanos se movem nas intenções mais distintas. Nem todos desejam o bem dos outros. Quando alguém me expõe uma situação de suspeita logo pergunto: consegue pensar em alguém que possa desejar o seu mal? Se a pessoa não tem nenhum inimigo declarado, não fez mal a ninguém e não possui histórico nenhum de desavença, então logo acalmo a suspeita. Não dá para criar suspeita se não conseguimos identificar essa pessoa. É preciso acalmar o coração e tentar perceber outras raízes para os seus fracassos ou sofrimentos. A vida com suas vitórias ou não é responsabilidade nossa.

Mas pode alguém me afetar com o mal que me deseja? Certamente. O mal e o bem são forças. Nós somos energia. A vida morre quando perde a energia. A energia é a força que sustenta a vida. Por isso, posso receber de uma pessoa sua força negativa ou positiva. Sentimos uma energia positiva e boa na companhia de pessoas boas, integradas. Gostamos de estar junto com pessoas de energia positiva. Ao contrário sentimos também a energia negativa.

Claro que isso não é determinante para que a minha vida perca o rumo. O outro pode querer o meu mal, mas embora isso tenha força contra mim, não pode me derrubar. Essa força negativa não é suficiente para alterar o rumo que a minha vida tem pela força positiva. Isso acontece com as pessoas que são integradas, sabem do seu lugar no mundo e conseguem lidar bem com a vida. Elas sabem que as adversidades existem, mas não se deixam derrubar por elas. Confiam em Deus e no seu amor. Sabem que Nele podem entregar a sua vida e que Ele tem uma força maior do que o mal. Embora reconheçam a presença do mal, sabem que Deus é maior. Essa confiança em Deus traz serenidade ao coração.

Ocorre, no entanto, que há muitas pessoas fragilizadas. Na fragilidade estou mais vulnerável à influência do ambiente. A negatividade pode me atingir com mais intensidade porque encontra em mim alguém que está fraco. É nessas situações que o mal que o outro me deseja pode me afetar. A energia negativa dessa pessoa foi jogada contra a minha força. Como a minha energia está baixa, mais facilmente pode sentir essa negatividade. Só pelo fato de estar fragilizado sinto mais o peso das contrariedades. Unindo isso ao mal que o outro quer pra mim, faz com que eu sinta mais o sofrimento. Os problemas podem se abater sobre mim com mais intensidade.

O outro não tem poder sobre mim? Depende. Se estiver bem e forte, terei força para continuar e, muitas vezes, não perceberei nenhuma diferença, mas pode ser que eu já esteja relativamente fragilizado, por várias situações. Essa fragilidade, unida a ideias negativas que posso ir alimentando, mais a energia negativa colocada sobre mim, podem favorecer que eu experimente mais a força dos problemas e do sofrimento.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745