Definitivamente estamos vivendo pela primeira vez na história da sociedade brasileira uma verdadeira aberração política, com um governo formado simplesmente por uma grande organização estranha, chefiado por um Presidente da República que conseguiu pela primeira vez na história republicana a audácia de ser denunciado por corrupção passiva, pelo Ministério Público Federal.
Michel Temer simplesmente está tratando a todos os brasileiros como verdadeiros idiotas, por saber que segundo as regras constitucionais ninguém o tira da condição em que ele está com foro privilegiado, e sabe que com um Congresso Nacional fraco formado por corporativistas donos dos feudos institucionais, vai se livrar do crime que ele não considera como crime, sendo um constitucionalista.
E as condições não são muito favoráveis para o próprio povo brasileiro que já decidiu, segundo todas as pesquisas feitas por todos os institutos, que não o quer na condição de presidente, mas mesmo assim na condição privilegiada em que ele se encontra fica muito difícil tirá-lo do Palácio do Planalto, porque ele sabe que somente sairá se for um debilóide político ou se renunciar, porque o passo seguinte será sua própria prisão exatamente pelo crime que agora ele inventou que não é crime no Brasil, ou seja, corrupção passiva.
Provavelmente com a ocupação do povo de novo nas ruas pode acontecer das reformas que ele está apresentando não passar, porque os deputados logicamente hoje estão com sério medo dos resultados das eleições do ano que vem, mas Michel Temer não está preocupado com nada, porque não é candidato a nada. E se o povo resolver ocupar Brasília para exigir sua renúncia, ele que já provou em várias ocasiões de que o poder subiu a sua cabeça, pode com mais ênfase ainda colocar os militares nas ruas para simplesmente atacar o povo, como já fez na última manifestação que aconteceu em Brasília.
Estamos vivendo numa aberração política que passa de todos os limites, porque as regras constitucionais permitem que ele fique como chefe da nação, mesmo não tendo apoio nem mesmo de sua própria família. E ele por conta própria não vai sair, porque se sair perde o foro privilegiado, e descobrirá na prática que crime de corrupção passiva dá cadeia no Brasil. Nas entrelinhas de seu discurso, “sem ilação”, parece que quem está cometendo crime é o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ele não. Sai satanás!