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A pobreza e o reino

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Bem aventurados os pobres, porque é vosso o Reino de Deus. Jesus foi um comunicador pleno e começou Seu Sermão com uma frase que certamente fixou a atenção de Sua audiência. Provavelmente a maior parte dos que ouviam Cristo era pobre. A vida destes homens e mulheres estava longe de ser fácil, e suas mãos ásperas e grossas confirma o fato.

As dificuldades e o sofrimento cotidiano fizeram com que os menos abastados viajassem pelas estradas quentes e empioradas da Judeia para escutar o que o profeta Jesus tinha a dizer. Talvez Ele lhes falasse mais a respeito do Reino de Deus. Muitos deles depositavam toda esperança na vinda do glorioso Reino. As pessoas ansiavam pelo dia no qual o justo Messias, e não o cruel governador romano, preencheria suas vidas.

Jesus começou Seu Sermão com uma série de bênçãos que prendiam a atenção e tinham um teor irônico. Frequentemente designadas como Bem-aventuranças, estas declarações contrastam os valores e bens mundanos com a apreciação celestial de tais relações feitas pelas pessoas. As Beatitudes nos dão uma perspectiva do céu, avaliando o presente à luz da eternidade. Elas nos lembram que as coisas nem sempre são o que parece ser, e certamente no futuro   serão diferentes.

Analisando o valor do termo pobre, temos a impressão de que Jesus estava fazendo uma promessa de salvação e bênção a qualquer um que fosse pobre. Assim, alguns de fato adotaram tal interpretação e sentiram um chamado especial para direcionar seus ministérios em função dos pobres e oprimidos.  Julgando desta forma, os pobres são vistos como o povo escolhido de Deus. Embora eles sofram neste mundo, e talvez porque estejam padecendo agora, os menos abastados podem esperar a gloriosa bênção no mundo vindouro. E aqueles que concordam com esta visão acreditam que, enquanto estiverem neste mundo, o povo de Deus deve fazer tudo o que for possível para aliviar o sofrimento dos miseráveis.  Desta forma, o Reino de Deus é estendido.

Outras pessoas interpretam a palavra pobre no contexto da pobreza de espírito, da qual Jesus fala em um Sermão muito parecido, o Sermão do Monte. Em outras palavras, Cristo estaria oferecendo esperança e alegrias àqueles que reconhecessem livremente sua penúria espiritual perante Deus. Estes indivíduos seriam abençoados porque iriam a Deus sem nada para lhe oferecer, senão sua grande necessidade dele. Assim, a oferta do Reino de Deus feita por Cristo não seria uma promessa a cada pessoa pobre. Em vez disso, seria uma declaração acerca da futura condição daquele que humildemente escolhessem segui-lo.

Quando uma pessoa rejeita valores materiais e abraça os divinos ensinamentos de Jesus, começa experimentar o Reino de Cristo em sua vida. É desta maneira que desfrutamos do Reino de Deus neste mundo caído de agora. Um dia experimentaremos as alegrias de Seu Reino de uma maneira mais plena e gloriosa.

Em suma, qualquer um, rico ou pobre, no sentido espiritual, todos somos pobres, pode sentir o profundo júbilo do domínio de Deus e as bênçãos de Seu Reino. Todavia, para experimentar tal coisa, é preciso renunciar aos caminhos deste mundo e submeter-se humildemente ao caminho de Deus. É este o tipo de pobreza, o esvaziamento dos nossos próprios desejos egoístas, que Deus espera de todos.

Lc 6.20:  Bem Aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.  Mt 5.3:  Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.  Is 66.2:  Diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra.

Fonte Bíblia Sagrada; O novo

Livro “O novo comentário bíblico”, (A palavra de Deus ao alcance de todos). Editors Earl Radmacher, Ronald B. Allen e H. Wayne House.

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