A institucionalização da medicina, ocorreu com a chegada de dom João VI ao Brasil, em 1808, quando as atividades relativas à medicina foram instaladas na (Bahia) em Salvador e no Rio de Janeiro, representaram grande incentivo intelectual. Desde então foram feitos cerca de 30 decretos ou decisões visando uma estrutura mínima de desenvolvimento da medicina no país. (Enciclopédia Microsoft® Encarta).
Apesar de os homens ainda serem maioria na medicina, a cada ano essa diferença diminui e cresce o número de mulheres ingressando na profissão. Mas nem sempre foi assim.
Maria Augusta Generoso Estrela nasceu em 10 de abril de 1860, filha de Albino Augusto Generoso Estrela e Maria Luiza. A primeira mulher brasileira a se formar em medicina, em 1881, pelo New York Medical College and Hospital for Women, em Nova Iorque. Faleceu em 18 de abril de 1946.
A primeira médica formada no Brasil foi a gaúcha Rita Lobato Velho Lopes. Nascida em Sete de junho de 1886. Filha de Rita Carolina Velho Lopes e Francisco Lobato Lopes, um rico estancieiro e comerciante de charque gaúcho, é considerada a primeira mulher a se formar e exercer a Medicina no Brasil. Estudou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia (Salvador). Médica, ativista e política feminista brasileira, faleceu em seis de janeiro de 1954 em Rio Pardo (RGS).
Maria Augusta estudou em um internato na capital do Império do Brasil, o Rio de Janeiro, onde nasceu. Assim como as outras meninas da época o ensino ofertado às mulheres baseava-se em internatos e a base do conhecimento exigido, era praticamente relacionado às virtudes sociais e boas maneiras. As mulheres eram consideradas de pouco raciocínio, principalmente com relação à matéria matemática e correlatas. As escolas abrigavam alunos, separadamente, sexo feminino e masculino.
Ao completar 13 anos, a garota fez uma viagem com a sua família para visitar parentes em Portugal. Lá, estudou por seis meses no Colégio Villa Real, onde causou admiração por conta de sua inteligência.
Após esse período, durante a volta para o Brasil, a embarcação onde estava com sua família, sofreu um acidente, colidindo com outra embarcação.
A jovem, que ainda não possuía nenhuma experiência, destemida e corajosa, ajudou no salvamento de alguns passageiros e até de membros da tripulação. O ato foi considerado heroico e lhe conferiu certa popularidade entre as autoridades brasileiras da época.
No ano seguinte, em 1874, ao ler um livro de Elizabeth Blackwell, a primeira mulher americana a concluir o curso de medicina em Nova York, nos Estados Unidos, no ano de 1847, inspirou-se por essa história e decidiu tornar-se a primeira médica formada do Brasil.
Nessa época, a legislação brasileira proibia o acesso de mulheres a cursos superiores. Foi com o apoio do seu pai, Albino Estrella, que ela partiu em 1875 para estudar medicina no New York Medical College and Hospital for Women.
Após a falência da empresa do seu pai, com ajuda financeira do imperador Dom Pedro II, em 1878, e de uma subscrição de vários comerciantes, Maria Augusta conseguiu concluir o curso em 1879, aos 19 anos de idade. Porém só recebeu o diploma com a maioridade.
Inspirado pela conquista de Maria Augusta, em 19 de abril de 1879, Dom Pedro II publica um decreto abrindo as portas das universidades brasileiras às mulheres. Reformando o ensino primário, secundário e superior.
Oradora da turma, recebeu seu diploma e ganhou uma medalha de ouro por seu desempenho durante curso e devido ao seu trabalho de conclusão intitulado “Moléstias da Pele”. Com autorização do imperador, permaneceu mais um ano em Nova Iorque.
Em Nova Iorque, em 1881, Maria Augusta se juntou a uma colega de faculdade, Josefa Agueda Felisbella Mercedes de Oliveira, e abriram um jornal, “A mulher – Consagrado aos interesses e direitos da mulher brasileira”. Nele, defendiam o direito das mulheres de estudar medicina sem passar por preconceitos e perseguições”.
O Globo de 1882 informa que em audiência que lhe concedeu, D. Pedro II, aconselhou-a, a dedicar-se à clínica de mulheres. Maria Augusta direcionou os seus atendimentos aos cuidados com as mulheres e as crianças.
Proibições e preconceitos marcaram o início da carreira dessas pioneiras e, de lá para cá, ocupar esse espaço foi uma tarefa realizada por muitas mulheres. Um outro caso de pioneirismo na carreira médica feminina foi o de Rita Lobato Velho Lopes, a primeira mulher médica formada no Brasil.
Rita Lobato, motivada para evitar que situações como a que ocasionou a morte da sua mãe se repetissem, se especializou em obstetrícia. Queria poupar outras mulheres de mortes durante o parto. Seu público era majoritariamente feminino e de diferentes classes sociais.
Maria Augusta inspirou jovens moças com o sonho de se formar em medicina. Hoje seu nome é honrado como patrono da cadeira 64 na Academia de Medicina de São Paulo e em Poços de Caldas/MG, em Porto Alegre/RGS, no Rio de Janeiro, há ruas com seu nome.
As primeiras doutoras, inauguraram uma nova era, a partir de 1881.