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A Semana da nossa história

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São tantos acontecimentos nestas últimas semanas de manifestações que fica difícil saber focar um texto, por isso pensar em definir um objetivo específico de reivindicação se torna impossível.

Para começo, fica claro que nossas autoridades de ponta a ponta deste gigante, ex-adormecido, falam com o raciocínio de um papagaio.

Iniciou-se com o governador Geraldo Alckmin chamando o movimento de um pequeno grupo político. O prefeito de São Paulo disse que era para aumentar a tarifa de ônibus desde janeiro e que só aumentou o equivalente à metade da inflação do período. E a presidenta corou o grunhido da ave com um festival de campanhas petistas, um modo de governar que não engana mais ninguém.

Ela prometeu uma reforma constitucional restrita num dia e no outro já não tinha dito nada daquilo. Assegurou que não tinha um centavo do dinheiro público nessa derrama para a FIFA e na construção de estádios para entregar de mão beijada aos empresários depois, quando o grande volume sai dos cofres da viúva.

Tudo isso seria normal se não fosse o pequeno grupo de milhões que foi às ruas e continua indo diariamente país afora. Apesar do recado a todos, a mídia continua com seu jeito brasileiro de cobrir os fatos e encobrir as maracutaias dos governos.

Antes, só alguns berravam sobre o dinheiro jorrado, agora todos afirmam que haviam dito tudo sobre os rios de dinheiro jogado no colo da FIFA e de empresários. A parte chapa-branca liderada pela Rede Globo e pelo ensandecido Galvão Bueno ignora as manifestações e coloca as Copas como o bem maior do Brasil em todos os tempos.

Mas numa coisa existe unanimidade: nenhum órgão de imprensa reproduz a fala de autoridades, quando elas dizem uma coisa num instante e logo depois se desdiz. Seria relevante descobrir o preço que faz emudecer como mais item na pauta das reivindicações.

Também é patente que há um Brasil de ativistas de facebook. Nessa rede, eles criticam os não politizados, dizem como fazer, e não levantam o traseiro da cadeira, defendem as truculências policiais contra os baderneiros que quebram alguns vitrais, mas admiram aqueles que deixaram o Brasil neste caos.

Sou contra o quebra-quebra, mas não tenho alternativas para ações que tragam resultados. Nada seria mudado se as autoridades tivessem certeza prévia de que as reivindicações ficariam restritas às orações e cânticos de hinos.

Pequenas conquistas já se concretizaram; quinhentos anos na maior semana da cidadania brasileira, de 16 a 23 de junho de 2013. Mas as manifestações não podem arrefecer. Foi determinada a prisão de um deputado condenado há três anos que continuava livre, leve e solto. Mas sua fuga para algum “Paraguai” já pode ter acontecido previamente.

Sobre as conquistas, escreverei na próxima semana. A abertura da caixa preta do Judiciário brasileiro, com a prisão dos mensaleiros num prazo menor do que três anos precisa entrar na pauta dos próximos eventos.

Estão simplificando demais em chamar de vândalos “profissionais” todos aqueles que vão para o quebra-quebra. Ninguém dá a outra face a quem lhe dá um tapa na cara. E meu cartaz para as próximas manifestações já está pronto: “Lula pediu, eu atendi. Tirei a bunda do sofá e tô aqui”.

 

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