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A tragédia do parlamento virtual

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Nas eleições de 2014 vimos um fenômeno bem diferente do quadro que vinha se desenhando desde a redemocratização. Melhor dizendo, enquanto se aumentava o capital eleitoral de forças mais progressistas, com representantes de segmentos mais populares da sociedade, as urnas de outubro daquele ano carimbaram um Congresso Nacional majoritariamente conservador.

Assim nas eleições de 2018, quando se esperava uma mudança no quadro político, especialmente na Câmara dos Deputados, em função principalmente dos escândalos de corrupção protagonizados pela maioria conservadora, e pelos desastres provocados pelos atuais deputados contra a democracia, eis que surge das urnas um quadro bem pior ainda.

Além de conservadorismo ao extremo, o que saiu das urnas é algo extremamente assustador, pois se trata dos novos representantes da sociedade que não sabem como funciona a política, pensam que o parlamento é uma rede social, tanto que teve deputado eleito morando em Miami fazendo campanha no Facebook, e principalmente não sabem como funciona o Estado brasileiro.

A coisa é tão séria e preocupante que tem gente que foi eleita que quer fazer do plenário da Câmara um reality show, e outros que nem tomaram posse ainda e em vez de se preocupar com as questões do Brasil, estão preocupados é com Lula e com a Venezuela.

A coisa é tão séria que a própria Câmara dos Deputados resolveu fazer um curso para os novatos sobre o que ser e qual o papel de um deputado federal, e sobre qual o papel e como funciona a própria Câmara dos Deputados. Queira Deus que aprendam que aquela casa não é e nunca será igual as suas redes sociais, sem contato direto com o povo e com as coisas da política.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744