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A VELHICE E SUAS CONSEQUÊNCIAS

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A VELHICE

Escrito há 2.500 a.C., no Egito, sobre a velhice, transcrevemos:

“Como é penoso o fim de um velho! Ele se enfraquece a cada dia; sua vista cansa, seus ouvidos tornam-se surdos; sua força declina; seu coração não tem mais repouso; sua boca torna-se silenciosa e não fala mais.

Suas faculdades intelectuais diminuem, e lhe é impossível lembrar-se hoje do que aconteceu ontem. Todos os sus ossos doem. As ocupações que até recentemente causavam prazer só se realizam com dificuldade, e o sentido do paladar desaparece.” (TEXTO DO FILÓSOFO E POETA PTAH-HOTEP).

A Velhice é o último período da evolução natural da vida. Implica um conjunto de situações — biológicas e fisiológicas, mas também psicológicas, sociais, econômicas e políticas — que compõem o cotidiano das pessoas que vivem essa fase.  O único fenômeno que desperta no homem igual ou maior interesse que a vida humana é, possivelmente, a extinção da própria vida.

As aflições da velhice, atinge impiedosamente o homem, e desemboca sempre na morte. “Não sabemos quem somos, ignoramos quem seremos”.

A velhice caracteriza-se pelo declínio do homem.  A decadência física provoca no indivíduo o temor pelos efeitos deletérios da saúde e sentem a proximidade da morte.  Dizem que a velhice é a pior doença que existe. A consequência da velhice é a morte. Uns morrem pela idade avançada e outros   por motivos de doenças e ou acidentes.

“A morte não vem de fora, mas se processa dentro da vida com a perda progressiva da força vital. Morremos um pouco a cada minuto e um dia este processo chegará ao fim”. (L. Boff).

 A morte  faz parte do desenvolvimento humano. Em algum momento de nossa existência iremos partir em definitivo. A alma é separada do corpo. Ela será reunida a seu corpo no dia da ressurreição dos mortos. Visão do cristão: “Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. Desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus um corpo imperecível”.

 No século atual deverá prevalecer o envelhecimento populacional. Segundo as estatísticas demográficas, o número e a proporção de idosos vai aumentar no Brasil e no mundo.

 Incluem-se os idosos em dois grupos:  os que estão na faixa etária de até 70 anos e os acima de 70 anos. A expectativa é que o contingente dos mais idosos tenham um maior número de indivíduos, porque com os medicamentos modernos, os cuidados com a saúde, e a melhoria das condições de vida em seus variados aspectos, prolongar-se-á a longevidade. Vive-se mais tempo e com boas condições físicas e mentais.

A alimentação é de suma importância na senescência, a saúde, efetivamente, depende da moderação e qualidade do que se come. Os alimentos saudáveis são imprescindíveis para se ter uma boa saúde na velhice.

Há de se considerar a influência do fator econômico. Avalie-se o homem rico e o pobre, para se compreender essa realidade e a significação da velhice.

A Constituição Federal de 1988, “assegura o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos”. O art. 229 diz: “Os pais têm o dever de assistir, criar, educar os filhos menores, e os filhos maiores, têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”. Nesse mesmo sentido, o artigo 230 preceitua que “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”.

 Além do mais, há o Estatuto da Pessoa Idosa, Lei 10.741/2003, que representa uma grande conquista social e um marco na garantia dos direitos das pessoas idosas. No art. 3º do estatuto reza:  “é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

Cidadãos brasileiros com mais de 80 anos terão preferência no atendimento em relação aos demais idosos. A lei nº. 13.466/2017, sancionada pelo presidente Michel Temer, e publicada no dia 13 de julho de 2017 no Diário Oficial, altera o Estatuto do Idoso, que considera pessoas idosas a partir de 60 anos.

Diante do exposto, há de se convir, que cabe aos legisladores, desenvolver uma política exclusiva para a velhice, mais abrangente e que valorize o idoso, proporcionando-lhes uma vida decente, e que possam viver com pensões dignas, habitações sadias e lazer. Pois quando jovem, e na idade média, produziu riquezas, progresso e o desenvolvimento do país, nada mais justo, que receber recompensa pelo trabalho que executou.

Quando o indivíduo envelhece, que não é mais produtivo, a família inconformada com a situação, os encara como se fosse um fardo, tratam o velho com desprezo, afastam-se deles. Os têm na conta de loucos, caducos e zombam de suas opiniões.  São procedimentos de famílias que se exigem reflexão e sentimento de solidariedade.

 O quarto mandamento lembra aos filhos adultos a sua responsabilidade para com os pais, portanto devem dar-lhes ajuda material e moral quando na velhice, na doença, na solidão ou na angústia inerentes à idade. Jesus lembra este dever de reconhecimento. (Veja efésios 6.1).

Para se livrarem do velho, os colocam em casas especializadas em cuidar de anciãos, entregando a aposentadoria dele como recompensa pelo serviço a ser prestado. Acontece que após essa decisão, não mais visitam o idoso, que abatido e abandonado, se consideram inúteis. Cruel situação!  Falta de humanismo!  Sentimento familiar de reconhecimento.  Esse é o verdadeiro problema da última idade.

O velho sente-se isolado e humilhado, entendem que sua vida não tem mais sentido.  Quando acometidos de doenças, oriundas da própria idade avançada e outras graves, fisicamente dolorosas, ficam     depressivos, dependem de cuidados de outrem.  Chegam a desejar a morte, como alívio da situação desesperadora. Nesse momento ficam mais perto de Deus.

Nem todos têm esse destino, especialmente, quando se é capitalista e possuidor de bens, que servirão de herança. São amparados e cuidados pela família, que conta com cuidadores contratados para esse fim.  São valorizados e prestigiados por razões políticas ou sociais, pelo poder que detêm.

 Quando se é pobre a maioria dos velhos vive na miséria, em condições precárias, sem nenhum amparo ou atenção, quer da família ou do Estado. Até mesmo o auxílio funeral, foi extinto, enquanto os ladrões do dinheiro público se locupletam.

Aquele idoso que cuida da sua saúde e se mantem em boas condições física e mental e com lucidez, tem uma vida longeva, que lhe é assegurada pela dedicação em se conservar saudável.  Cuidam do   corpo e do espírito. Frequentam a sua religião.  Nessa época,  o indivíduo  adquire experiência, sabedoria, capacidades e  desfrutam de paz. É o apogeu de sua vida, uma época privilegiada, em que cria seus valores sociais e culturais, conforme o seu entendimento. Embora muitos sejam tratados diferentemente, pela condição social de pobres, não merecem tal justificativa.

O envelhecimento humano é caracterizado orgânica e biologicamente pelos seguintes sinais: aparecimento de rugas e progressiva perda da elasticidade e viço da pele; diminuição da força muscular, da agilidade e da mobilidade das articulações; aparição de cabelos brancos e, eventualmente, perda definitiva dos cabelos (alopecia) entre os indivíduos do sexo masculino; redução da acuidade sensorial, particularmente no que se refere à capacidade auditiva e visual; declínio da produção de certos hormônios, o que afeta a capacidade libidinosa, (climatério); distúrbios nos sistemas respiratório, circulatório (arteriosclerose, problemas vasculares e cardíacos, urogenital e alteração da memória, por isso, eles temem os seus efeitos deletérios da saúde que denotam a proximidade da morte.

 Na mulher a função reprodutiva é afetada, mesmo em idade menos avançada, porém, hoje em dia, com as novas técnicas de reprodução, a mulher mais velha, pode engravidar, como é o caso de Claudia Raia,  que vai ser mãe aos 55 anos. Elas vivem mais que o homem, mas procuram o médico com maior frequência. Quando avó dedicam todo o seu amor e atenção para os netos.

 É frequente entre os velhos, quedas dentro de casa e ou na rua, portanto precisam ser orientados ou acompanhados, para evitar essa situação. O gerontologista americano Howeal sentenciou: “A Senescência não é uma ladeira que todos descem com a mesma velocidade. É uma sucessão de degraus irregulares onde alguns despencam mais depressa que outros”

A medicina moderna atribui ao envelhecimento biológico, um processo inerente à vida, do mesmo modo que o nascimento, o crescimento, a reprodução e a morte. É a lei da vida.

Fontes de referência:

 Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações Ltda;

A vida e o pensamento Mahatma Gandhi;

Portal do envelhecimento;

Livro A Velhice de Simone de Beauvoir;

Sites da internet;

Fundação Espírito Santense de Pesquisas Espírita- FESPE.

O que a Bíblia realmente ensina? (Testemunhas de Jeová).;

Catecismo da Igreja Católica – Edição em 2017, (CNBB)

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