Empresômetro mostra como COVID-19 impactou na abertura de novas empresas no país
Por Descomplica Agência de Mídias
Maio de 2020 – O Brasil continua perseverante, mesmo com a presença de uma pandemia devastadora como o COVID-19. Segundo os já tradicionais dados mensais do Empresômetro, empresa especialista em inteligência de mercado, foram mais de 1 milhão de novos negócios abertos no país do mês de janeiro até o dia 30 de abril de 2020.
“Mesmo com uma queda de 34% no número de aberturas (comparação com março de 2020), tivemos quase 200 mil novas empresas no país todo, demonstrando a confiança do brasileiro na economia e no mercado”, diz o empresário e CEO do Empresômetro, Otávio Amaral.
Essa confiança no mercado é bastante grande, mesmo o Brasil ocupando a posição 124 dentre os 190 países com menor burocracia para negócios, segundo o estudo Doing Business 2020, do World Bank Group, que pode ser acessado aqui.
“O Brasileiro se mostra disposto a investir, mesmo frente a grandes adversidades. Isso se deve a diversos fatores, um dos mais importantes vem da necessidade de gerar renda e, mesmo com alguma burocracia, a facilidade em regularizar seus negócios” diz Amaral.
Em comparação, a Austrália vê a confiança de empreendedores cair, sendo que sete em cada dez esperam queda na procura por bens e serviços.
Da mesma forma, a Nova Zelândia, primeira no ranking Doing Business 2020, um dos países que mais facilita a atividade empresarial no mundo, vê crescer a desconfiança do mercado, como mostram os dados da Trading Economics.
O Brasil vê, ainda, em atividades que têm pouco investimento e se relacionam com o cotidiano, como serviço de cabeleireiros e de entrega rápida, uma forma quase garantida de se obter renda.
Em abril de 2020 houve um crescimento na atividade de entrega rápida, 10,5% em relação ao mês anterior. O fornecimento de alimentos prontos em domicílio passou a ser a segunda atividade mais regularizada pelos brasileiros, com mais de 8,4 mil novos negócios no período. A mesma realidade é vista nos Estados Unidos, com um crescimento de 25,6% entre fevereiro e março. O consumo de bebidas e comida foi um dos que mais cresceu durante a crise, segundo dados do Statista.
Veja na tabela abaixo o ranking com as 10 atividades mais procuradas no mês de abril de 2020:
RAMO ATIVIDADE | QUANTIDADE DE EMPRESAS |
9602501 – CABELEIREIROS | 10606 |
5620104 – FORNECIMENTO DE ALIMENTOS PREPARADOS PREPONDERANTEMENTE PARA CONSUMO DOMICILIAR | 8431 |
4781400 – COMÉRCIO VAREJISTA DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS | 8057 |
7319002 – PROMOÇÃO DE VENDAS | 6897 |
4399103 – OBRAS DE ALVENARIA | 6873 |
5611201 – RESTAURANTES E SIMILARES | 6318 |
5611203 – LANCHONETES, CASAS DE CHÁ, DE SUCOS E SIMILARES | 4846 |
4930201 – TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA, EXCETO PRODUTOS PERIGOSOS E MUDANÇAS, MUNICIPAL | 4795 |
5229099 – OUTRAS ATIVIDADES AUXILIARES DOS TRANSPORTES TERRESTRES NÃO ESPECIFICADAS ANTERIORMENTE | 4126 |
9700500 – SERVIÇOS DOMÉSTICOS | 3639 |
Quando falamos em estados brasileiros, foi possível identificar aqueles que mais sofreram com a COVID-19. O mais afetado foi o Piauí, com queda de 47% no índice de abertura de novos negócios em comparação com março de 2020.
Os estados com maior problema de contaminação são aqueles que tiveram grande queda, com São Paulo apresentando uma taxa de abertura 38% menor do que o mês anterior.