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Acontecimentos da Vida

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Por Antônio Novais Torres

De boa aparência, alto, cabeleira cheia e cabelos pretos, leitor inveterado de SELEÇÕES e outros livros, de preferência romances, era visto como uma pessoa de muito conhecimento.

Gostava de festas, dançarino apreciado pelas moças, que disputavam as suas qualidades de conquistador, muitas se apaixonavam pelos seus elogios e declarações de amor, que as envaideciam e, de outras, ganhava um furtivo beijo de agradecimento.

O lugar, um pequeno povoado, tinha poucas opções de trabalho, o que lhe obrigou aprender várias profissões para se manter e custear as suas vaidades. Professor leigo, fogueteiro, cabeleireiro e alfaiate. Dessa forma não ficava sem trabalho.

Um dia, apareceu no lugar um sujeito que se estabeleceu como ferreiro. Era também espírita, invocava os espíritos em suas sessões mediúnicas, praticava o espiritismo negativo – Vox Populi.

Convidou o rapaz para lhe ajudar nos trabalhos mediúnicos. Com o passar do tempo, o ajudante passou a ingerir bebidas alcoólicas de forma desbragada. Muitas pessoas e até familiares, admitiam que o protagonista incorporou um espírito maligno que o levou à derrocada moral e comportamental.

Se entregou ao vício do álcool, desprezou tudo, e passou a viver sem qualquer objetivo de uma vida decente, por desequilíbrio emocional e conflitos com a sua personalidade,   as pessoas ao seu redor o evitava. Poderia ser um profissional bem sucedido, mas o destino se encarregou de macular o seu procedimento.

O irmão, comerciante, preocupado com o seu estado constante de embriaguez, pediu aos colegas, que não vendessem ou dessem bebidas alcoólicas ao seu fraterno. Irritado com a posição do irmão, fez uma bomba, acondicionada num coco, e ameaçou jogá-la na residência de quem  proibiu de servir-lhe bebidas alcoólicas.

Diante desse fato, os familiares correram com medo da insanidade perpetrada pelo fogueteiro, que após jogar o explosivo na residência não houve explosão,  depois, constatou-se que foi um blefe, não havia material explosivo, portava apenas, estopim detonador.

Costumava badalar o sino da igreja, às 6 , 12  e  18 horas, com pancadas correspondentes ao horário,  era  um aviso, isso diariamente. Um dia, se arranchou no  sino um exame (abelhas) , e ele, por estar alcoolizado, não percebeu, foi atacado, caiu de uma altura, de uns 12 metros de altura,   onde estava colocado o sino, se esborrachando no chão. Foi socorrido e levado para os cuidados de uma irmã solidária. 

Praticava inúmeras estrepolias, não há explicação ou entendimento, para esse modo de proceder, se algum problema mental latente que aflorou ou psicológico e ou espiritual maligno.

Nas suas andanças, se dirigia ao fazendeiro local e intitulando-se professor, implantava uma escola na fazenda para ensinar a garotada da região. Durante seis meses se portava condignamente, sóbrio, prestava excelente serviço.

Sem qualquer aviso, sumia e, ao se localizar, estava completamente embriagado, é difícil de se explicar esse procedimento. Tudo indica, imagina-se, tratar de um encosto, dum espírito do mal, que se apoderou dele.

Faleceu não se sabe onde, a  família não tem nenhuma notícia, seu nome de batismo é João Ribeiro de Novaes (Santinho).

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 747