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Admire-se, indigne-se!

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Admiro quem não perde a capacidade de se encantar.

Quem não coloca no campo da normalidade o nascer e o pôr do sol, as flores, pássaros, festas e pessoas.

Amo estar com quem vive se encantando, oferecendo combustível para que os olhos brilhem, as penas bambeiem.

Admiro quem não perde a capacidade de se indignar.

Quem não coloca no campo da normalidade o desamparo, a solidão, a fome, o abandono.

Amo estar com quem vive se indignando, tomando providências para que os olhos de outras pessoas voltem a brilhar.

Acho que essas duas capacidades deviam andar sempre de mãos dadas.

A admiração e a indignação.

Quando encontram-se, tudo em volta é valorizado, o que não dá para ser enaltecido é modificado.

De mãos dadas, tem-se combustível suficiente para que todo ser vivente se alegre, corra, cante, lute…

Ao andar sorrindo e leve pela vida, conhecendo o belo, fica mais fácil identificar o que faz sofrer e mudar a realidade do que bem não está.

Admire-se!

Indigne-se!

Faça a diferença.

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