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Além de tradição, pescado é opção econômica para a Semana Santa

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Vigilância Sanitária alerta para os cuidados na compra de peixes

Por: Akemi Nitahara/ Agência Brasil 

Com o preço da carne vermelha em alta, além de tradição, comer pescado na Sexta-Feira da Paixão pode ser uma opção mais acessível para católicos e não católicos. A dica é do diretor da Associação dos Comerciantes do Mercado São Pedro, Atílio Guglielmo. O local, em Niterói, é um dos principais mercados de peixe da região metropolitana do Rio de Janeiro, e já nota o aumento nas vendas para a Semana Santa.

“O preço do peixe hoje está bem abaixo da carne de primeira, até de segunda. Então, a gente espera uma movimentação muito boa para a semana. Na semana anterior, que a gente já tira como ideia, já foi bem movimentada, com aqueles clientes que costumam vir sempre e adiantam as compras para a Semana Santa”, disse Guglielmo.

De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), os itens mais consumidos na Páscoa tiveram aumento de 3,93% nos últimos 12 meses.

E segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, o grupo alimentação e bebidas foi responsável por 20,89% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula 11,3% em 12 meses. As carnes ficaram 0,33% mais caras no mês passado, subiram 8,45% no acumulado de 2021 e 17,97% em 2020.

O diretor da associação disse que a oferta de pescado, apesar de estar em época de baixa, é o suficiente para atender a demanda. Mesmo com o defeso do camarão, que está com a pesca proibida no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

“Não é uma época que tenha muito peixe, então não tem muita oferta de peixe, mas o que tem, tem vindo com preço bom, ou seja, o que eles estão pescando nessa época está vindo em grande quantidade. Então está se mantendo e nós temos uma facilidade hoje que é a tilápia e o camarão de cativeiro. Então já é tudo programado”, disse Guglielmo.

Segundo ele, as principais ofertas no momento são da corvina, anchova, dourado pequeno, camarão e filé de peixe. Já o salmão, que é importado do Chile, está com preço alto por causa da negociação em dólar.

“O que esse ano não vai ter tanto talvez seja o salmão, porque o salmão é em dólar, e aí subiu bastante. Então as vendas já deram uma caída, por causa do preço, e esse ano não vai ter muito na Semana Santa como tinha nas outras. Apesar de o dólar ter baixado nas últimas duas semanas, isso já está negociado há mais tempo, então vem com o preço alto”, explicou.

O Mercado São Pedro funciona hoje (13) até as 18h, amanhã de 5h às 19h, na sexta-feira de 5h às 13 horas e no sábado e domingo de 6h às 16h.

Cuidados

A Superintendência de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou informações sobre os cuidados necessários na hora de comprar pescados. O órgão destaca que o peixe tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e é excelente fonte de proteínas, vitaminas e gorduras boas, sendo uma opção saudável, nutritiva e saborosa que contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares e o fortalecimento da memória, dos ossos e dos dentes.

A superintendente de Vigilância Sanitária da SES, Adna dos Santos Sá Spasojevic, explica que o pescado requer cuidados para manter a qualidade, por ser muito sensível.

“O ideal é consumir peixe fresco, sempre. Se for do mar, tem que ter cheiro de maresia. No mercado, deve estar sob refrigeração, com aquele gelo debaixo íntegro e não derretido. A carne deve estar úmida, firme e sem manchas, com as escamas aderidas ao corpo. As guelras devem estar vermelhas, os olhos brilhantes e salientes, e as nadadeiras endurecidas. Um teste eficiente é fazer uma leve pressão com o dedo na carne. Se for fresco, ao retirar o dedo, a musculatura volta ao normal. Se não, a marca fica na carne”, recomenda Adna.

A nutricionista da Coordenação de Vigilância e Fiscalização de Alimentos da superintendência, Jacqueline Toledo Hosken, alerta que também devem ser observadas condições do local de conservação dos produtos.

“Pescados de tipos diferentes não devem estar uns sobre os outros no local de venda. Polvos e lulas devem ter a carne consistente e elástica. Mariscos frescos só podem ser vendidos vivos. E o bacalhau salgado deve estar em local limpo e protegido de poeira e insetos. Verifique se não há presença de mofo, ovos ou larvas de moscas, manchas escuras ou avermelhadas, limosidade e odor desagradável”, explica Jacqueline.

Tradição

Para os católicos, a Sexta-Feira da Paixão é um dia reservado para a abstinência, sendo uma tradição milenar evitar o consumo de carne vermelha e de frango. O sacrifício dos fiéis relembra o sofrimento e o derramamento do sangue de Jesus Cristo, que passou pela Via Sacra nesse dia, sendo crucificado e morto.

 

 

Foto de Capa: Fabio Rodrigues Pozzebom

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