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Alexander Garcia e a liberdade

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“Se eu digo uma coisa eu tenho que praticar e digo: não aluguem a sua cabeça, pensem, que seu cérebro não seja abduzido (…)”. Alexandre Garcia sobre sua saída da CNN.

Bruno Leoni, em “A liberdade e a lei”, observa que romanos e ingleses entendiam que a lei era para ser descoberta e só então redigida e proclamada. Estava aí a ideia aristotélica e posteriormente tomista da Lei Natural. Entre muitas outras consequências, a liberdade é regra de 18 quilates, sempre preciosa na história humana.

“Livre pensar é só pensar” foi uma sentença que encimou durante anos as páginas de humor a cargo do talento de Millôr Fernandes na antiga revista O Cruzeiro. A livre expressão do que se pensa não pode, por isso, ser uma liberdade concedida.  Se o for, se converterá em prerrogativa outorgada a uns, negada a outros, esterilizando a liberdade de pensamento.

É o que está sendo feito em nosso país – seja em nome da ciência ou da democracia, seja por indisfarçado desejo de vingança ou treinamento para o totalitarismo – desde que passamos a conviver com verdades estatizadas que não admitem refutação.

O excelente Alexandre Garcia foi demitido da CNN alegadamente por uma opinião exposta no programa “Liberdade de opinião”. Paradoxal? Só para quem não acompanha os acontecimentos no Brasil real. Refiro-me a quantos estão tendo suas vidas devassadas, suas fontes de custeio investigadas por pressupostos de ilicitude típicos de quem mede os demais por sua pequena régua.

Há um jornalismo frouxo, disciplinado, moldável, promotor do velório das liberdades. E há jornalistas como Alexandre Garcia, com respeito a si mesmos e ao público, dispostos a dizer o que muitos – tantos! – veem e não falam.

A estes, minha admiração e meu aplauso.

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