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Alfabeto

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Antigamente a comunicação era oral, surgiu então a necessidade de uma escrita em que se entendessem e transmitissem ideias e conceitos, através de uma escrita ainda que rudimentar, por meio de signos gráficos e sons que representasse a língua.

Os primeiros sistemas de escrita foram a escrita cuneiforme dos babilônios e assírios, a escrita hieroglífica dos egípcios, os símbolos da escrita chinesa e japonesa e os pictogramas dos maias.

 Os fenícios os sírios e hebreus foram obrigados, pelas necessidades comerciais a organizar um sistema mais simples, a escrita alfabética. Todos os alfabetos derivam do alfabeto fenício.  Do alfabeto grego originou-se o Latim que originou as línguas derivadas

Uma das mais notáveis invenções do homem, o alfabeto pode ser definido como o meio capaz de exprimir os sons elementares da língua para se comunicarem.  O termo é originário do latim alfabetum, e formado com os nomes das primeiras letras do alfabeto grego alfa e beta, provenientes das línguas semíticas.

A origem do alfabeto tem sido assunto de estudos e especulações há muito tempo. O historiador romano que viveu no século um, declarou: “Aos egípcios atribui-se a invenção das letras do alfabeto, e o ensino delas aos fenícios”. Através desse povo é que se despertou o interesse a respeito e os fenícios têm sido, desde então, o ponto de partida.

Atualmente, qualquer debate ou exame sobre as origens do alfabeto terá que levar em consideração as importantes descobertas verificadas no Oriente Próximo no século 20 que consolidaram a opinião de que essa escrita é de procedência semítica.

 Em 1929, duas dessas descobertas (as escavações arqueológicas revelaram uma documentação significativa) e contribuíram de maneira decisiva para o entendimento das origens do alfabeto, bem como na sua caracterização em geral: as dez inscrições pseudo-hieroglificas de Biblos gravadas em pedra e o alfabeto de Ugarit, constante de numerosas placas de barro com inscrições em cuneiforme, composto de 32 letras até então desconhecidas e sem qualquer relação com as várias escritas cuneiforme já existente na Mesopotâmia, exceto quanto ao fato de todas, ter sido impressa em barro molhado. Tudo leva a crer que as descobertas de Biblos e Ugarit, parecem confirmar que foram os fenícios os inventores do alfabeto.

Descobertas na Palestina e na Síria, não menos importante, teria sido inventada nessas regiões pelos fenícios como o lugar mais provável da criação desse sistema de escrita. Tal iniciativa deveu-se ao grande desenvolvimento comercial marítimo, bem como a fundação de várias colônias, o que tornou imperativa a adoção de um sistema gráfico de comunicação único e de fácil compreensão.

O alfabeto fenício possui 22 letras escritas em linhas horizontais da direita para a esquerda. A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o alfabeto.  Esse alfabeto foi também adotado pelos arameus (povo semita) a partir do século 10 a.C. Estabelecidos na Síria, forneciam mercenários e elementos de outras atividades aos grandes impérios, entre os quais, os dos assírios e persas.

 Era um povo de língua semítica, ligado aos cananeus da antiga palestina.  Os fenícios converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros do mundo clássico.

Controlando grande parte das principais vias de acesso ao Oriente Próximo, os arameus difundiram o seu idioma e sua escrita que passou a ser empregada nos documentos comerciais e diplomáticos.  Comprova-se a influência fenícia tanto nas inscrições de monumentos como na escrita cursiva.

 É o primeiro alfabeto de que se tem notícia e surgiu, entre 1700 e 1500 a.C., na região que hoje corresponde à Síria e à Palestina. O alfabeto semítico possui apenas 22 consoantes. Os alfabetos hebraico, árabe e fenício se basearam neste modelo. A escrita é realizada da direita para a esquerda.

O mais antigo exemplar da escrita hebraica (1.000 a.C) é representado pelo calendário agrícola de Gezer (descoberto em 1908). O alfabeto hebraico durou até o exílio de Babilônia no século 6 a.C. Em seguida transformou-se em outra modalidade, um alfabeto “hebraico quadrado” e como o fenício compunha-se de 22 letras formado só de consoantes. O Alfabeto hebraico proveio do fenício, por intermédio da escrita aramaica. Os idiomas hebraicos e fenícios são dialetos da língua Cananeia.

Alfabeto árabe a exemplo do hebraico quadrado, não registra vogais e juntamente com o alfabeto latino, constitui uma das grandes escritas internacionais, sua origem é obscura. É provável que tenha origem no alfabeto dos nabateus, povo semita, que falando árabe, utilizava o aramaico como escrita.  É a escrita do mundo islâmico.

Com o advento da hégira, fuga de Maomé de Meca para Medina em 622, dois tipos de escrita árabe se desenvolveram. Como todas as escritas semíticas a árabe corre da direita para esquerda, possuído 28 letras. Saliente-se que essa escrita foi e é utilizada também por muçulmanos que não falam a língua árabe, servindo de instrumento de unidade dessas populações, tornando-se oficial em várias regiões e impérios.

Alfabeto grego e romano são de extraordinária importância para a civilização ocidental, em diferentes planos culturais. O alfabeto grego originou-se, segundo historiadores, do fenício. Os gregos atribuíam a introdução do alfabeto no país ao lendário fundador da cidade de Tebas, Cadmos. A adaptação do alfabeto fenício teria ocorrido no primeiro milênio a.C, ou antes. A partir do século 5 a.C. prevaleceu o tipo jônico, já então com a implantação de novas letras capazes de representar sons específicos gregos, tornando-se a escrita clássica da Grécia, com 24 letras, vogais e consoantes. Esse alfabeto modificado é considerado o ancestral dos alfabetos europeus modernos, muitos derivados dos gregos baseados na escrita dos fenícios e gregos.

Entre os anos 1000 e 900 a.C., os gregos adotaram a variante fenícia do alfabeto semítico,  acrescentaram a ela vogais e consoantes, criando a escrita alfabética em torno de 800 a.C. Depois do ano 500 a.C., o grego se difundiu por todo o mundo mediterrâneo e dele surgiram outras escritas, entre elas, a etrusca e a romana.  Em consequência das conquistas romanas e da difusão do latim, este alfabeto se tornou a base de todas as línguas europeias ocidentais.

Alfabeto Cirílico desenvolvido no século IX para ser empregado pelos escravos orientais de religião ortodoxa. Baseia-se nos caracteres gregos e, com algumas modificações, constitui os atuais alfabetos russo, ucraniano, bielo-russo, servo e búlgaro. Criado por razões predominante religiosas foi obra do monge Cirilo de cujo nome originou o alfabeto Cirílico. Cirilo (827-869) criou o alfabeto eslavo, conhecido também como glagolítico, visava converter os búlgaros no séc. 9.  A escrita contém 43 caracteres, a maioria dos quais idênticas aos gregos. Por volta do ano 860 d.C., os religiosos gregos, que viviam em Constantinopla, evangelizaram os eslavos e idealizaram um sistema de escrita conhecido como alfabeto cirílico.

A língua Russa do império czarista russo e da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) é, hoje, é o idioma oficial da Federação Russa. Junto ao bielo-russo e o ucraniano, constitui o ramo oriental das línguas eslavas. O russo baseia-se na norma culta falada em Moscou e é uma das cinco línguas oficiais das Nações Unidas.

Escrito com o alfabeto cirílico, com 33 letras, o russo tem escrita fonética e suas regras de pronúncia são poucas e simples. Uma notável característica de seu léxico é a amplitude das famílias de palavras derivadas de uma mesma raiz por meio de prefixos e sufixos. Alfabeto russo moderno resulta de duas simplificações do alfabeto cirílico: uma realizada no fim do sec. 18 e outra com ascensão do regime soviético.

Alfabeto latino, tudo leva a crer que, originalmente, foi dos vários alfabetos locais que os etruscos e outros povos da Magna Grécia (sul da Itália, Sicília), retiraram dos modelos gregos. Os mais velhos testemunhos da escrita latina datam do fim do sec. 7 ou início do sec. 6 a.C. São inscrições do antigo fórum romano. Somente no sc. 1 a.C., entretanto, é que o alfabeto latino apareceu formado com 23 letras. Após os romanos conquistarem a Grécia, foram incorporadas a letra Y e Z e mais tarde o W, fixando em definitivo os símbolos que permanecem até os dias de hoje.

CURIOSIDADE:

No livro Segredos e Revelações da História do Brasil, Tomo I, Gustavo Barroso escreveu:  Os fenícios no Brasil.

Na 8ª sessão extraordinária do então recentemente fundado Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, realizada na tarde de 23 de março de 1839, um de seus fundadores, o eminente cônego Januário da Cunha Barbosa, apresentou o seguinte requerimento: “Em uma das montanhas do litoral do Rio de Janeiro, ao sul da barra, há uma inscrição em caracteres fenícios, já muito destruídos pelo tempo e que revelam grande antiguidade. Essa inscrição foi vista e observada por um conhecedor das línguas orientais, e que, ao vê-la, concluiu que o Brasil tinha sido visitado por nações conhecedoras da navegação, e que aqui vieram antes dos portugueses. Ele me certificou que tinha dado conta desta descoberta ao Governo de D. João Vi, e que tinha copiado a inscrição do mesmo modo que se acha feita. Requeiro, pois, que o Instituto Histórico , atenta a importância desta notícia, peça com empenho aos nossos consórcios oficiais de secretarias que se esforcem por descobrir nelas o  relatório  desta descoberta, feito no reinado de D. João VI, e oferecido pelo padre-mestre frei Custódio, professor e grego, e versado nas línguas orientais.”. O Instituto Histórico considerou o requerimento do Cônego e criou uma comissão para estudar o assunto e emitir parecer. […].

 

Antonio Novais Torres

antoniotorresbrumado@gmail.com

Brumado, em 09/12/2020.

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