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Alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)

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Por Antônio Novais Torres

Ele pagou com a vida por ter figurado entre os conspiradores da malsucedida Inconfidência Mineira.

Foi traído por um amigo, não entregou os companheiros de rebelião, caminhou de forma altiva até a forca e aceitou a morte em nome de um ideal. Muito religioso enfrentou a execução com tranquilidade.

“De subversivo execrável na Colônia e figura esquecida no Império, o conspirador da Inconfidência Mineira foi transformado em símbolo do Brasil e recordista em homenagens.”

“Tiradentes esteve à altura de seu coração magnânimo. Profundamente religioso, seguro de que era vontade do céo que tudo se soubesse, attrahiu sobre sua cabeça a grave responsabilidade de toda a conspiração, confessando heroicamente o que em verdade fora, seu mais ardente sectário. Sua generosidade fe-lo não comprometer seus amigos […]”

“Elle de estatura alta, de espaduas bem desenvolvidas, como os naturais da capitania de Minas Geraes.

 A sua physionomia nada tinha de sympathica e antes se tornava notável pelo quer que fosse de repelente, devido em grande parte ao seu olhar espantado.

 Possuia, porem, o dom da palavra e expressava-se as mais das vezes  com enthusiasmo; mas sem elegancia nem attractivo,  resultado de sua educação  pouco esmerada; ouvindo-o porem na rudeza de sua conversação,  gostava-se  da sua franqueza selvagem, algumas vezes por demais brusca e que quasi sempre degenerava em leviandade, de sorte que uns lhe davam o caracteristico de heroe e outros o  de doido.

Tornava-se assim o objecto de publico gracejo, provocando o riso, e não poucas vezes as vaias e apupadas do vulgo. Não tinha instrução alguma alem  da ordinária […]

“Sabeis que foi o primeiro Brasileiro, que pensou na Independencia do seu paiz, qual o primeiro martyr da liberdade na terra de Santa Cruz?

Conheceis o nome desse bravo, que  morreu pela redempção da patria; que foi degollado e esquartejado, e declarado infame elle e sua memoria,  os seus filhos    e os seus netos,  só por ter pensado  tornar a sua pátria livre e independente?

Sabeis dos sonhos e glorias, que passárão por essa cabeça de moço, por essa alma de fogo; sabeis o fado desse filho da liberdade, que amára a sua pátria mais do que a sua vida?

 (Transcrito  conforme a publicação do  original).

Ele se tornou patrono das polícias em 1946, patrono cívico da nação brasileira em 1965 e herói da pátria em 1989.

Arquivo S do Senado Federal. Trechos do artigo de Ricardo Westin.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744