Por Ascom/Mobilização Nacional dos Médicos e Especialistas em Medicina do Trânsito
A reabertura do comércio e o relaxamento da quarentena e das medidas de isolamento e distanciamento social, associadas à baixa adesão da população, levaram o Brasil a enfrentar um novo pico de mortes e contágios pelo coronavírus. Com mais de 7 milhões de casos confirmados e mais de mil mortes diárias, o sistema de saúde está pressionado e as vagas em hospitais começam a faltar. Parte dessa pressão se deve também ao aumento do número de acidentes de trânsito desde a reabertura de bares, restaurantes, lojas, shoppings e parques.
Em abril, no auge da quarentena, foram registrados 399 atendimentos relacionados a trânsito no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. No mês de novembro, segundo dados fornecidos pela Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), o número saltou para 698, uma alta de 74,9%.
O aumento no número de acidentes contribui diretamente para a superlotação dos hospitais e dificulta ainda mais o atendimento às vítimas da Covid-19. “Historicamente as vítimas de acidentes ocupam 60% dos leitos de UTI’s públicos e privados e 50% das vagas nos centros cirúrgicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Consequentemente a alta dos acidentes de trânsito durante o novo pico da pandemia trará reflexos catastróficos no atendimento aos doentes graves que necessitem de suporte ventilatório”, afirma o diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) e coordenador da Mobilização Nacional dos Médicos e Especialistas em Medicina do Trânsito, Alysson Coimbra.
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O prefeito Alexandre Kalil afirmou, nesta sexta-feira (18), que, entre os dias 31 de outubro e 3 de dezembro, o índice de ocupação de leitos de UTI no sistema privado saltou de 27% para 77,9%. Na rede pública, 61,7% dos leitos de UTI estão ocupados.
Nesse momento delicado, a Mobilização Nacional apela para que as pessoas fiquem em casa, mantenham as medidas sanitárias de higienização e distanciamento social. “Não é hora de sair de casa, estamos vivendo um novo pico da pandemia e os acidentes de trânsito podem dificultar o acesso dos pacientes da Covid ao tratamento”, afirma o médico especialista em Trânsito.
Coimbra reforça que essa realidade não é exclusividade de Belo Horizonte. “O afrouxamento da quarentena e a falta de fiscalização de estabelecimentos associado ao crescente fluxo de pessoas, foram uma combinação decisiva para o aumento da transmissibilidade da Covid-19 em todo o Brasil. O aumento de veículos nas ruas favorece o aumento no número de acidentes e consequentemente ocorre o aumento na demanda por assistência hospitalar”, afirma o especialista.
A entidade orienta que, se for indispensável usar o carro, o motorista deve redobrar a atenção, respeitar a sinalização de trânsito, os limites de velocidade e não dirigir sob o efeito de álcool, remédios de uso controlado e outras drogas psicoativas. “Além de salvar a vida de quem está no trânsito, a redução de acidentes libera leitos para os pacientes da Covid em um momento delicado da pandemia. Além disso, temos que lembrar que, mesmo que o acidente não seja grave, a exposição a hospitais aumentam as chances de contaminação, é o momento de redobrar os cuidados com a saúde”, finaliza.
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