Alta é quase três vezes maior que a inflação do ano. Para 2023, especialista projeta reajuste em torno de 10%
O preço dos novos contratos de aluguel residencial ficou 16,55% mais caro em 2022. O aumento supera em quase três vezes a inflação de 5,79% no ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), De acordo com o índice FipeZap+, divulgado nesta terça-feira (17). Esta é a maior alta desde 2011, quando o crescimento foi de 17,3%.
O economista William Baghdassarian afirma que o aumento é reflexo da inflação elevada registrada em 2020 e 2021, quando o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 23,14% e 17,78%, respectivamente. Para o economista, parte da correção destes anos pode ter sido passada para 2022.
“Exatamente porque tivemos um IGP-M muito elevado e uma economia que não estava indo tão bem, principalmente 2020 e começo de 2021, muitos proprietários preferiram não dar o reajuste integral pelo IGP-M, para manter o imóvel alugado. Então, a gente também não teve uma correção integral desse IGP-M em 2021. Alguma coisa pode ter sido passada para 2022”, afirma.
O estudo acompanha o comportamento dos preços de aluguel de imóveis residenciais em 25 cidades brasileiras, dentre elas 11 capitais. Todas registraram incremento nos preços acima da inflação, com exceção de Pelotas (RS), onde o aumento foi de 2,37% . Em Goiânia, a alta foi de 32,93%. Em seguida estão Florianópolis, 30,56% e Curitiba, 24,47%. Baghdassarian projeta um reajuste menor em 2023.
“Como a gente teve um arrefecimento da inflação entre 2021 e 2022, principalmente no ano de 2022, a inflação está bem abaixo do que ela já foi. A gente pode esperar um reajuste um pouco menor em 2023. A expectativa é que a maior parte desse reajuste vai ser dada agora e o reajuste neste ano vai ser menor que esse 16%, mas não vai ser tão menor não. Eu diria uma coisa entre 10%”, estima.
Segundo a pesquisa, o preço médio do aluguel de imóveis residenciais foi de R$ 36,65/m² em dezembro de 2022. São Paulo preservou sua liderança com o preço médio de locação residencial mais elevado (R$ 45,50/m²), seguida pelos valores médios apurados em: Recife (R$ 41,68/m²), Florianópolis (R$ 38,81/m²), Rio de Janeiro (R$ 37,78/m²) e Brasília (R$ 37,11/m²).
Já as capitais com menor valor de locação residencial, segundo os dados amostrais empregados para cálculo do índice, foram as seguintes: Fortaleza (R$ 23,05/m²), Goiânia (R$ 26,09/m²), Porto Alegre (R$ 27,68/m²), Curitiba (R$ 29,62/m²) e Salvador (R$ 29,62/m²).