Muitos alunos recorrem constantemente a essas práticas escusas para obter uma nota satisfatória e passar nos exames. Nunca vi nenhum estudo sobre o tema, ou seja, se é mais comum entre crianças, jovens ou adultos, se é praticada mais por alunas ou alunos, enfim, se os alunos do ensino fundamental colam mais que os alunos do ensino médio, ou se são os alunos de cursos superiores ou mesmo os de cursos técnicos os campeões nessa maracutaia escolar.
Especialistas em educação afirmam que colar é enganar a si mesmo, o que é pertinente.
Uma criança colar é até compreensível, ante sua tenra consciência e responsabilidade, porém, como entender uma pessoa adulta praticar ato tão inconsequente e amoral? E outros questionamentos ainda podem ser feitos: como é possível um aluno comemorar uma nota 10, por exemplo, quando esta foi obtida de forma irregular, ilegal e até desrespeitosa com todos os preceitos morais estabelecidos? Como uma pessoa "adulta", consciente de seus atos, decide enganar a si mesmo, seus professores e a seus colegas em função de uma nota que, neste caso, não representará efetivamente o que foi aprendido por este aluno? Estes "espertos" alunos, cultuadores da cola, precisam entender que o objetivo principal do estudo não é a nota final. Necessitam entender também que a principal nota que terão na vida será dada pelo mercado onde atuarão.
Quando nossos pacientes retornarem ao nosso consultório, ou mesmo indicarem nossos serviços a outrem, aí sim, estarão atribuindo-nos de fato uma nota real. Esta é a nota que devemos perseguir todos os dias e vale lembrar que na "sala de aula da vida" não será possível enganar nossos clientes e nem nossos pacientes, assim como enganamos nossos professores e a nós mesmos.
Os alunos que conseguem aprovação colando nos exames correm um sério risco de se frustrarem quando estiverem formados, pois, não entenderão porque as oportunidades não aparecem. Na verdade as oportunidades existem, mas só para quem se prepara intensamente e não busca subterfúgios para ser aprovado nas matérias estudadas. Estes alunos que costumam colar inconsequentemente serão profissionais capengas e o mercado olhará para eles de forma oblíqua.
A prática de colar nas provas e exames é cultural no Brasil. Escutamos desde a infância de que o "jeitinho brasileiro" é legal, é bacana, é descolado. Mas é preciso repensar o jeitinho brasileiro e entender que dar um jeitinho em algo, significa burlar as regras estabelecidas, fazer algo que não é legal, infringir as normas e leis enfim, a cultura do jeitinho brasileiro é nefasta.
Para muitos pseudoalunos colar nas provas é dar um jeitinho para obter a aprovação almejada. Cola não é legal, portanto, proponho o fim das colas em todos os tipos de prova. Aluno profissional não "pesca", aluno profissional estuda não apenas para os exames, mas também para transformar o mundo em que vivemos num mundo mais justo, ético, respeitoso e livre. Vamos difundir uma nova cultura, a cultura do estudo, do respeito a si mesmo e ao próximo. Tenho certeza que este é o melhor caminho para elevarmos a educação deste país a um patamar de destaque no mundo.
Quiçá as futuras gerações encontrem uma nação liberta de tanta maracutaia. Viva o fim das "pescas" nas provas escolares!