Por Camila Costa
Edmilson Silva Souza Neto, 21 anos, está a um passo de realizar um sonho: representar o Brasil na WorldSkills 2019, na modalidade de Mecatrônica. A competição é a maior do mundo no segmento das profissões técnicas e cobra dos participantes excelência em suas respectivas áreas. Ao lado de Edmilson, que será o programador dentro do desafio proposto, estará Ítalo Carlos Costa Gonçalves, 20 anos, como o montador da equipe. Mecatrônica é uma das profissões em que a disputa será em dupla. Esta é a primeira vez na história da WorldSkills que alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) da Bahia representarão o estado na modalidade de Mecatrônica.
Edmilson foi aluno do Serviço Social da Indústria (SESI) na época do ensino médio. No segundo ano, participou da Escola Edep – Cursos Profissionalizantes e optou por um curso técnico de Mecatrônica no SENAI. “Fui gostando da profissão, já tinha lido sobre, me interessei. Mecatrônica é a junção de áreas que sempre gostei, desde a adolescência e percebi que poderia ser minha profissão”, justifica o jovem. Quando estava no penúltimo semestre do curso técnico, Neto, como é conhecido entre os amigos, soube da Olimpíada do Conhecimento.
“Quando chegou a oportunidade de me inscrever e participar do projeto, prontamente fiz a minha inscrição. Fui passando das etapas, a etapa escolar, chegando na classificação, até que veio a para a etapa nacional e foi aí que tudo começou de verdade a intensificar. Já estava fazendo faculdade nesse período, tranquei a minha faculdade para me dedicar ao máximo aos treinamentos, porque sabia que aquilo poderia fazer a diferença não só para minha carreira profissional, mas para a minha vida”, lembra Neto. E, de fato, fez a diferença.
Os jovens são finalistas por uma vaga na delegação brasileira da competição e sabem dessa responsabilidade. Neto e Ítalo podem ser os primeiros representantes do estado da Bahia pela modalidade de Mecatrônica na WorldSkills. Desde o último dia 14, os dois estão em Brasília para a última etapa de treinamentos, uma preparação intensa para a WorldSkills, que será em agosto, na Rússia. Para Ítalo, essa última preparação será fundamental para prepará-los em busca do ouro em Kazan. “Me sinto muito feliz por ter colocado a mecatrônica no top 1, a sensação de que todo trabalho duro que a gente fez valeu a pena, porque foi uma tarefa bem difícil e a responsabilidade é bem grande de representar o Brasil, a competição eleva bem mais o nível”, afirma.
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Estudos mostram que a educação profissional impacta positivamente a vida de diversos jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos no ano passado foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. De acordo com levantamento do SENAI, o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil.
Para o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.