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Anos iniciais e anos finais do Ensino Fundamental geram contraste no Ideb da região

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Por Natália Silva/ Gisele Costa/ Fillipe Lima

 

Mais um diagnóstico confirmou o estado crônico no qual se encontra a Educação brasileira. No último dia 3, o Ministério da Educação divulgou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017. No Ensino Médio, revelam os dados, nenhum Estado da Federação atingiu a meta, superada apenas nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nos anos finais desse ciclo, apenas sete alcançaram o índice proposto para este ano. A Bahia, além de não fazer parte desse seleto grupo, ganhou destaque nacional por figurar como o pior Ensino Médio do País, tendo registrado uma queda em relação a avaliação anterior. Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Educação, o Estado obteve Ideb 3,0 – registrando decréscimo em relação ao índice apurado em 2015 [Ideb 3,1] e ficando bem abaixo das médias projetada [4,3] e do País (3,8).

No Ensino Fundamental anos finais, do 6º ao 9º ano, o Ideb do Estado ficou estagnado. O índice de 3,7 obtido em 2015 se manteve neste ano. A meta era de 4,3.

Já no Ensino Fundamental anos iniciais, do 1º ano ao 5º ano, a Bahia obteve uma melhora de 4,7 de Ideb em 2015 para 5,1 em 2017, batendo a meta projetada pelo Inep, de 4,4.

Criado em 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é medido através dos dados do fluxo escolar, obtidos pelo Censo Escolar, e das médias de desempenho nas avaliações aplicadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação que tem como missão subsidiar a formulação de políticas educacionais dos diferentes níveis de Governo. O País e as Unidades da Federação têm suas notas através do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), já os municípios, listados aqui, através da Prova Brasil.

As notas do Ideb variam de 0 a 10, em cada município e as metas estabelecidas são indicadas pelo próprio Inep, que se baseia pela nota do exame anterior associada ao que deveria ser para que o Brasil atinja a nota 6,0 em 2021. Segundo o informativo do Instituto, essa meta nacional foi estabelecida pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do Ministério da Educação, e a data escolhida pela simbologia do bicentenário da Independência do Brasil em 2022.

O JS reuniu as notas obtidas pelos 98 municípios em que o periódico é distribuído e organizou cada categoria em ordem decrescente, sinalizando em verde aqueles que alcançaram ou ultrapassaram a meta estabelecida e em vermelho aqueles que não conseguiram o feito. Entre todos, em relação aos anos iniciais do Ensino Fundamental, avaliados através da 4ª série ou 5º ano, 68% dos municípios bateram suas respectivas metas. Já em relação aos anos finais, analisados pela 8ª série ou 9º ano, o resultado não foi positivo, apenas 17% dos municípios listados conseguiram alcançar.

Secretaria de Estado da Educação da Bahia contesta resultados da rede estadual no Saeb e Ideb 2017

Da Redação

Os resultados divulgados pelo Ministério da Educação sobre o desempenho da rede pública estadual de Ensino foram contestados pela Secretaria de Estado da Educação da Bahia. A Bahia, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação, ficou em último lugar nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, nos indicadores do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Em nota distribuída à imprensa, a Secretaria de Estado da Educação da Bahia afirma que o método utilizado pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) foi equivocado e desrespeitou os critérios adotados nos últimos 20 anos. “Antes, a avaliação era por amostragem e passou a ser censitária, sendo que, mesmo estipulando a participação mínima de 80% de estudantes por Unidade Escolar, esse critério não foi seguido à risca pelo Saeb/Inep [Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], que utilizou as notas das unidades escolares cuja participação dos estudantes foi menor”, destacou a Secretaria.

De acordo com o subsecretário de Estado da Educação da Bahia, Nildon Carlos Santos Pitombo, “a Bahia contesta principalmente os resultados do Ensino Médio. Foram 1.243 Escolas que participaram do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), e o Ministério da Educação registrou apenas 376 Unidades de Ensino e, desse total, somente 30 mil alunos foram aproveitados para os resultados do Ideb, o que significa dizer que a metodologia censitária não foi seguida”.

“O Brasil precisa de Educação já”, alerta presidente-executiva da Ong Todos pela Educação

Da Redação
Priscila Cruz, fundadora e presidente-executiva da Ong Todos pela Educação.

Ao analisar os dados divulgados pelo Ministério da Educação, através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, referentes ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica e ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, a presidente-executiva do Todos Pela Educação – Organização Não Governamental composta por diversos setores da sociedade brasileira que tem por objetivo de assegurar o direito à Educação Básica de qualidade para todos os cidadãos até 2022 – Priscila Fonseca da Cruz, ressaltou que é possível verificar que em meio ao cenário alarmante se observam reações de algumas redes de Ensino e melhoras significativas, até mesmo no Ensino Médio. “Mas, apesar de ter um dos sistemas de avaliação educacional mais robustos do mundo e de haver redes de Ensino consolidando bons resultados, o Brasil ainda não consegue transformar evidências em políticas educacionais de maneira estratégica”, destaca. “O país precisa de um plano estratégico para efetivar mudanças estruturantes na Educação Básica Pública de maneira sistêmica, uma vez que uma única medida, mesmo bem implementada, não consegue promover o salto de qualidade e equidade que precisamos. O Brasil precisa de Educação já”, adverte.

 

 

 

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