De uma espera incontida nasce a ansiedade. De um desejo forte e duvidoso. É um estado psicológico que contém emoções. Mas emociona também. Mexe com o sistema nervoso central. Mexe com o coração da pessoa. Altera a pressão arterial. Ofusca a visão e prejudica a fala.
Mas, ainda assim, é a predominância psicológica brasileira.
Que bom seria a cura de nossa ansiedade. Muita gente não se marginalizaria. Muitos marginais não se drogariam, não praticariam tanta violência, não roubariam nem matariam. Nossa população caminharia em direção à paz social. À harmonia, à solidariedade. Mas, para isto, fazer o quê? É preciso livrarmo-nos do volume tão exagerado de preocupações irresolvíveis. Só valeria a nossa vontade de poder gritar, se tivéssemos a certeza de haver quem queira e possa nos escutar! Somos como um rosto anônimo na multidão. Estou convencido de que eu sou, simplesmente, mais um.
Vivo a repetir sempre as mesmas coisas porque só as mesmas coisas acontecem. É uma mesmice. Vejo-me e avalio-me hiperativo. Inquieto. Alguém que busca uma melhor dinâmica de vida. Alguém que precisa metabolizar novas informações que tenham importância para a nossa formação. E futuro. Não penso que devo ser um estacionário na sociedade. Quero e preciso ser influente nos pensamentos de outras e mais outras pessoas. Muitas precisam disso. Pensar bem e melhor. Pensar de forma que as leve de encontro à felicidade. À tranquilidade, à dignidade, ao bem-estar.
Ontem olhei para o horizonte e vi o sol que escorregava bem devagar para se esconder de mim. O véu da noite nos cobriria. Mas eu agora não quero a noite. Não preciso dela. A noite rouba a nossa visão. A noite foi feita para dormir e deixar o tempo passar… sem viver. Se a gente acha que viveu vinte e um anos, na verdade foram só sete. Os outros quatorze foram pelas noites: inércia, inatividade, marasmo. O produto da noite. O sono. Determinei a mim mesmo que hoje eu veria o sol nascente, pujante e brilhante. Significaria o despontar de um novo dia. Como a noite é escura e não nos deixa ver à distância, o sol aparece reluzente para clarear.
O sol que clareia as matas é o mesmo que clareia nossas cidades. Grandes ou pequenas. Não importa. Ele é grandioso, poderoso e majestoso. O sol que, do alto de seu esplendor, ilumina as plantas e faz surgir delas a nossa alimentação, é o mesmo que faz arder nossa pele e escurecer nossas vistas. O sol que ilumina o caminho das pessoas que buscam o bem. De uma mãe que cuida zelosamente de seu filho. De um pai que trabalha com afinco para o sustento de sua família. De um cidadão que produz para a grandeza de sua comunidade e de seu país. É o mesmo sol que se esconde para deixar fluir livremente o malfeitor pelo caminho da escuridão.
O dia da proibição de ser honesto chegou. Foi de tanto falarmos mal dos maus que eles venceram. Falarmos que não se pode matar nem roubar. Que nossa vida em sociedade tem um limite. Que o nosso termina onde o do outro se inicia. Isto já não existe mais.
As pessoas precisam ter um dinheiro guardado para comprar uma qualidade de vida decente. E, também, para prevenir alguma dificuldade futura. Então, abram uma conta em algum banco e deixem seus dinheiros lá. E a profissão eletrônica “hacker” que sabe invadir e operar contas alheias? O dinheiro que estava lá pode sumir. Corram lá e saquem seus dinheiros. Na saidinha bancária um cidadão tomou nosso dinheiro e levou! Não deixem o dinheiro no banco nem tirem o dinheiro de lá. Deixem o dinheiro embaixo do colchão. Mas, as autoridades dos direitos humanos falaram que a gente guarda porque sobrou. Que o ladrão rouba porque precisa. Nossa sobra é do tamanho da necessidade dele. Nunca guardar. Distribuir.
Falta pedirmos às nossas “sábias” autoridades (eles podem tudo) que, para acabar com tanta ousadia no caminho da escuridão, não permitam que o sol se esconda. Façam que ele, imperador de todos os dias, ilumine as nossas desassossegadas noites.