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ANÚNCIO DE FALECIMENTO

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O profissional vivia dessa modalidade de trabalho, tinha um carro volante equipado para essa finalidade,  era o seu meio de vida. Todo falecimento ocorrido na cidade era noticiado por ele, não existia radio na cidade. Ele tinha uma singular peculiaridade especial de fazer o anúncio: detalhava as características do morto e da sua família, de sorte, que se identificava o dito cujo, sem qualquer dúvida. Essa era a sua especialidade que se tornou folclore na cidade e motivo de muitos comentários pela inusitada divulgação.

Certa feita, uma pessoa vítima de cirrose proveniente  da ingestão de muita bebida alcoólica, foi para São Paulo, Hospital das Clínicas,  com problema bastante avançado da doença. Lá ficou internado  em tratamento e, por conta da medicação,  teve um desmaio, e os familiares presentes, por precipitação,  entenderam ser a morte já esperada pela situação  grave do paciente. Informaram aos parentes distantes  dando conta do ocorrido.

O comunicador  por ser amigo da vítima e da família, tomou a iniciativa, por conta própria, e  anunciou a morte  sem consultar a família nem a constatação de verossimilidade do fato. Como de costume deu todas as informações das atividades do morto e da família.  Entretanto houve um açodamento dos parentes que acompanhavam o doente  e deram  um falso aviso da morte do individuo, por entenderem que ele havia morrido. Ocorre que a pessoa voltou a si, para surpresa, inclusive, dos médicos.

Diante  da precipitação da  situação inusitada, o anunciador desfez as informações alegando que foi uma interpretação falsa  e que não fosse considerado como verdade. Dias depois o paciente veio realmente a óbito. O  corpo foi transladado de São Paulo para a cidade natal do defunto.  Dessa feita a comunidade foi avisada da realidade do  ocorrido e a confirmação pelo profissional que afirmava: Agora é verdade, o sujeito morreu mesmo,  estive no velório  e   o vi  morto no caixão.  Comentava ao vivo, a vítima morreu, por conta do exagero da  bebida e dizia: gente, gente, “coloque as barbas de molho”, cachaça mata.  

Foi assim que me contaram e eu repasso omitindo os nomes verdadeiros.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745