A principal liderança da Aplb/Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia) em Brumado, educadora Vanúsia Pereira Lôbo, usou a tribuna da Câmara Municipal na sessão do último dia 29 para tecer duras críticas à Administração Municipal e anunciar a disposição da categoria de reagir ao que chamou de “traição” por parte do prefeito Aguiberto Lima Dias (PDT) ao vetar propostas que haviam sido previamente acordadas nas exaustivas reuniões entre as partes. Segundo a educadora e sindicalista, um dos pontos rejeitados pela Administração Municipal – “por capricho da secretária municipal de Educação [educadora Acácia Ribeiro Gondim] e motivações eleitoreiras”, conforme enfatizou – diz respeito à escolha dos diretores e vice-diretores das Unidades Educacionais através de eleições diretas com a participação da comunidade escolar, que teria sido acordada na mesa de negociação e vetadas pelo prefeito ao sancionar a Lei aprovada pelo Legislativo Municipal. “A secretária de Educação está impondo a não aceitação do artigo que reza a escolha democrática das direções das Escolas, bem como a licença para o exercício do mandato sindical”, afirmou a sindicalista afirmando que essa postura estaria sendo adotada por motivação política eleitoreira.
Segundo Vanúsia Lôbo, no pressuposto da continuidade do grupo que hoje administra o município, o Governo Municipal vetou a proposta de eleições diretas visando a manutenção dos gestores das Escolas como cargos comissionados, o que naturalmente faz com que adotem uma postura em defesa dos interesses da Administração Municipal.
No dia seguinte,30, em assembleia realizada no Clube dos Mineradores, presidida pelo Diretor Regional do Sudoeste da Aplb/Sindicato, educador Cezar Henrique Souza Nolasco, que contou com a presença de cerca de sessenta professores lotados na rede pública municipal de Ensino, foi aprovado o indicativo de greve. Conforme explicou o Diretor Regional da Aplb/Sindicato, a expectativa é que o prefeito Aguiberto Lima Dias (PDT) reavalie os pontos do acordo que foram descumpridos para que o movimento paredista, previsto para ser deflagrado na segunda-feira (4), não seja efetivado.
Ainda segundo Nolasco, no dia 4, caso a Administração Municipal não recue na decisão de quebrar o acordo que foi formalizado nas mesas de negociações, haverá uma nova assembleia para definir a agenda de manifestações. O sindicalista ressaltou, no entanto, que tem expectativa de que a Câmara Municipal possa reunir-se extraordinariamente [a sessão extraordinária está prevista para as 10 horas da sexta-feira, dia 2] e derrubar os vetos do prefeito à proposta original, assegurando o reajuste salarial da categoria que foi acordado com a Administração Municipal e outros pontos que são inegociáveis, entre os quais a liberação de dirigente sindical para o exercício do mandato e a eleição direta dos gestores das Escolas.
Se a greve for deflagrada há o risco, inclusive, da não participação dos alunos das Escolas da rede municipal de Ensino no desfile cívico do 7 de setembro.