Pesquisar preços, poupar e frear os gastos são os conselhos mais importantes dos especialistas neste momento de transição
Inflação, poder de compra, recessão, troca de governo. Muitos brasileiros colocaram o pé no freio nos últimos meses, para evitar dívidas. O período eleitoral terminou, e é preciso se preparar financeiramente para o ano de 2023.
Segundo o analista financeiro Eduardo Domenico, é importante ter cautela nos investimentos. A recomendação é correr menos riscos.
“Com a taxa Selic a 13,75% ao ano, as aplicações de renda fixa, especialmente as atreladas à Selic e ao CDI, como por exemplo: Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs, continuarão a ser as aplicações de menor risco. Em um cenário menos estável, como a troca de governo, o melhor a fazer é não tomar riscos desnecessários. Aplicações na Bolsa de Valores, nesse momento, não acredito ser muito viável, pois teremos muita volatilidade nas próximas semanas e o investidor pode não ter estômago pra suportar eventuais quedas nas cotações das ações.”
O especialista explica o que levar em consideração para o orçamento familiar do próximo ano.
“Com uma inflação, que acumula alta de 7,17% nos últimos 12 meses, fica bem difícil construir um planejamento financeiro doméstico para 2023. A alta dos alimentos, mensalidades das escolas e dos planos de saúde pesarão bastante nesse orçamento das famílias. Uma ideia inicial é que cada família faça um diagnóstico financeiro, onde se levantará todas as receitas e despesas dessa família. Assim, elas poderão separar por categorias e avaliar melhor onde estão gastando”, acrescenta o analista.
Evitar fazer dívidas novas e, ainda mais importante, renegociar dívidas já existentes, serão pontos fundamentais desse planejamento para 2023. Dívidas de cartão de crédito e de cheque especial são as mais caras do mercado, elas podem passar de 300% ao ano. Nesses casos, a recomendação é procurar o banco para fazer uma boa renegociação e, eventualmente, zerar esse débito.
O analista de TI, André Gomes, não fez dívidas em 2022. Colocou o pé no freio dos gastos, economizou e não precisou recorrer a nenhum tipo de empréstimo, mas sentiu a queda do poder de compra ao longo do ano.
“A gente vê isso, principalmente, no supermercado. antigamente eu fazia uma compra semanal e o valor era de R$ 100, hoje, no mínimo, dá R$ 200.”
Para que o impacto seja menor, a boa e velha pesquisa de preços pode fazer a diferença no fim do mês, como explica o analista financeiro.
“Comparar os preços, principalmente das compras em supermercado, pode ser uma ótima opção para poupar um pouco do orçamento familiar. Os supermercados estilo atacado, ou até atacarejo, podem ser uma ótima opção”, explica Domenico.
E, por fim, por mais difícil que seja, tente poupar e investir parte do salário para uma reserva de emergência que poderá salvar a família em caso de necessidades imprevistas.