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Artur Pereira

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Artur Pereira  nasceu no povoado de Lajedo do Tabocal município de Maracás no dia 08/11/1922 conforme o registro civil,  porém foi batizado na Paróquia de Nossa Senhora das Graças em Maracás,  diocese de Jequié,   como nascido em 29 de setembro de 1917. Foram padrinhos Antonio Romão Barros e Maria Fonseca Barros. São seus pais João Batista Pereira  e Maria Dizidéria da Conceição. O oficiante foi o padre cônego Paulo Bento Rodrigues.

   Levando-se em conta o nascimento constante no Batistério  Artur é  centenário. Revela boa saúde física e espiritual, mentalidade lúcida e é bem-humorado.

 O casal João Batista Pereira/Maria Dezidéria Conceição  teve os seguintes filhos: Alexandrina, Ana, Joaquim, José, Artur (biografado), Altino e Alírio que faleceu ainda novo ( pouca idade).

Ainda criança foi morar, em Contendas do Sincorá,  com o casal Ozório Rodrigues Oliveira, Du,  e Maria Deraldina de Oliveira, (Dona),  por aquiescência dos seus  pais  em consideração e amizade familiar. Com a condição de  posteriormente  ser   devolvido aos pais biológicos,   o que não aconteceu.

Artur com  pouca instrução tornou-se autodidata. Foi criado por esse casal a quem agradece pelo trato e consideração de filho adotivo com o desvelo de filho germano. Conviveu muito bem com os irmãos de criação sem que houvesse distinção entre eles. “Eles são considerados verdadeiramente  os meus pais e irmãos, a minha família adotiva com quem convivi em harmonia”.

 Ozório trabalhava no armazém de  José conhecido como Zezinho era um estabelecimento  grande  onde vendia fumo, café –  produtos da região.  Vendia e comprava  outras mercadorias. Era um entra e sai de muita gente, compradores e vendedores. Artur   e os seus   irmãos de criação ajudavam  seu Ozório na luta e labuta do armazém.

“A minha infância  foi de trabalho, naquela época havia  pouca brincadeira e ademais eu não era afeito a esse tipo de diversão”. “O trabalho era a minha obrigação e diversão”.

Adolescente resolveu sair para enfrentar o trampo da  vida, comunicou essa decisão aos pais de criação. Ozório  lhe ofereceu uma barraca na feira ou um açougue e  por último um emprego na ferrovia ( Leste), a fim de que não saísse da sua companhia.  Artur, jovem e destemido, aventureiro,   preferiu enfrentar novas conquistas e    acompanhando  um  amigo foi trabalhar   em uma fazenda no lugar chamado Garapa,  distrito de Maniaçu-Caetité.  Nessa fazenda trabalhou como lavrador, vaqueiro, tirador de leite,  amansador de animais e trabalhos gerais do campo e da fazenda.

Mesmo conhecendo outras moças foi numa festa do Divino Espírito Santo que conheceu a senhorinha Lindaura Pereira,  amor à primeira vista, foi  a sua primeira paixão que o destino lhe reservou como o amor eterno de sua vida.

Casaram-se na Igreja de Maniaçu distrito de  Caetité em 28/07/1943, ambos lavradores. Ela é natural de Caetité nascida em 10/05/1925, filha de Manoel Augusto Pereira e Jovina Pereira. Foram  morar na fazenda  Lagoa Redonda onde morava a sua esposa.

Em Contendas do Sincorá trabalhou como ajudante de  pedreiro e, em 1947,   na Viação Férrea Federal Leste Brasileiro –  V.F.F.L.B.   como provisório no trem de lastro no trecho de Bandeira de Melo até Caculé, desobstruindo cortes. Em 1948  ainda como provisório  trabalhou no trecho de  Brumado. Em 1949  fez requerimento para a efetivação, pedido acatado,  foi transferido   definitivamente  para   Brumado em agosto de 1953,  para execução de serviços gerais da ferrovia (Leste).

Tempos depois, já em Brumado, casaram-se no civil em 22/06/1953, ato oficiado pelo Juiz Dr. Walter Barbosa da Silva sendo testemunhas Hindemburgo Mendonça Teles e Jany Oliveira Teles; Genésio Antonio da Silva e Amália Novais da Silva. Nessa oportunidade declarou os  filhos já existentes. Após o casamento, Lindaura, conservou o nome de solteira, passou a assinar Lindaura Pereira.

Com a  visão de dar melhor educação aos filhos, em Brumado  teve a oportunidade de colocá-los  para estudarem em escolas mais qualificadas e todos estão formados com exceção apenas de um. Eles  estudaram em escolas públicas do município, no Ginásio General Nelson de Mello, educandário particular e remunerado,  e depois no Colégio Estadual de Brumado – CEB. Orgulha-se dos filhos, o seu maior patrimônio, todos são educados, honrados, trabalhadores sem qualquer desvio social  que o  preocupe.

“Temos  uma família de muitos filhos, netos e bisnetos dos quais nos orgulhamos  pela dedicação aos estudos e pelo   comportamento exemplar”.  “Vivo harmoniosamente  com a família sem qualquer desprazer”.

São Filhos do casal Artur/Lindaura: Artulita, Laudenor, Claudenor, Nelsuita, Zelita, Bianor (1957)Izanor (1959), Valdenor (1961), Alzenita 1963 e Audenor Pereira.

“Uma afilhada de Lindaura (esposa) de 10 anos de idade veio morar conosco para estudar e saiu do nosso poder e orientação aos dezesseis anos para acompanhar a família  que foi residir em São Paulo e por lá se casou. Era nossa  intenção formá-la e por esse motivo não nos  foi possível concluir o nosso desejo”.

Disse que politicamente é apenas eleitor, mas citou  que o melhor prefeito de Brumado, no seu entendimento,  foi Dr. Juracy Pires Gomes. “Tudo que tem em Brumado foi construído pelo prefeito Juracy”. Todo o seu conhecimento é do prefeito Armindo dos Santos Azevedo para cá. Destacou também a administração do prefeito Eduardo Vasconcelos que modernizou a administração pública dentre outros serviços importantes executados.

É uma pessoa muito organizada, todos os seus documentos são plastificados e bem guardados. Gosta de ouvir músicas de Luiz Gonzaga que considera o melhor cantor do Nordeste e do Brasil.

 É honesto e  respeitador e exige de todos,  essa recíproca.  Não gosta de criar animais domésticos ou aves  de estimação, mas a dona Lindaura (esposa)   criava uma gata de nome NINA, esse animal se afeiçoou tanto ao seu Artur que ele passou a admirar e estimá-la.  “Não tenho manias, vivo conforme o determinado por Deus”. Fumou  drobó e cigarro industrializado, porém deixou  faz bom tempo.  Esboçou ser aprendiz de alfaiate e fotógrafo amador, mas desistiu.

Perguntado qual o maior medo?  “Ele disse que a sua preocupação é com a saúde, perder as forças,  a capacidade e a aptidão para o exercício das suas funções locomotoras e depender de ajuda de terceiros”. E o seu maior sonho? “É ver a família amparada, filhos educados, formados, possuir  residência própria, pois tudo que fiz foi consciente do  dever e obrigação de pai de família”.  Acha que tudo é comandado pelo destino, é preciso ter fé e acreditar no comando de Deus.

Houve comemoração dos noventa anos de  vida de Lindaura e dos noventa anos de idade de Artur, quando reuniu os familiares , parentes e amigos para esses eventos.

Aposentou-se em 1980. Tem duas aposentadorias:  uma da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro – (Ministério dos Transportes), que contribuiu para isso, e outra  do INSS.

 Artur declarou:   “Considero-me  uma pessoa feliz,  aliás,  felicíssimo, por tudo que Deus me proporcionou de bom – família, filhos, netos e bisnetos dos quais nos orgulhamos e pedimos a Deus que os conserve no caminho da honradez, da honestidade e do bem”. “Agradeço também por minha longevidade com saúde e lucidez, que muitos admiram”.

Reside em casa própria situada na Av. Coronel Santos, no bairro São Félix/Brumado.

Aditivo em 26/03/2019 – Lindaura Pereira faleceu no Hospital Regional Professor Magalhães Neto no dia 25/03, o velório aconteceu no salão paroquial e o enterro realizado no cemitério municipal Senhor do Bonfim e 26/03/2019.

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