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As contradições do general Augusto Heleno

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O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, falou nesta 2ª feira (16.ago.2021), sobre não acreditar em uma intervenção federal, mas ver, em caso de necessidade, a atuação das Forças Armadas como um poder moderador. Também criticou a postura do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a prisão de Roberto Jefferson e defendeu o centrão. Fonte: Por Poder 360.

General de pijama Augusto Heleno, intervenção militar no Brasil — um Estado Democrático de Direito em pleno exercício —, agora e em nenhum momento, jamais! A sua insinuação delirante, que converge com a do presidente Bolsonaro, é uma pretensão insana e irresponsável. Aqueles que não sabem conviver pacificamente com os reveses da democracia deveriam pegar o boné e ir embora.

É paradoxal que o general venha conjecturar a possibilidade de intervenção militar das Forças Armadas no país, esquecendo-se de que, em 28/05/2020, afirmara que uma intervenção militar “não resolve nada” e que no governo ninguém está pensando nisso”.

O general mostra-se presepeiro, fanfarrão e não tem cuidado com as suas controversas declarações. Como disse o Velho Guerreiro Chacrinha: “Quem não se comunica, se trumbica”.

Ora, general, o país onde as instituições funcionam democraticamente bem não pode ser alvo de intervenção militar, a despeito de contrariar os interesses do presidente da República.

Por ocasião da campanha política ao Planalto, o governo proclamou aos quatro ventos que iria combater a corrupção. E o general Augusto Heleno deve lembrar muito bem disso, ou não lembra? Não é que de repente o presidente Bolsonaro foi sentar-se no colo do Centrão, que o próprio general classificou de grupo de partidos de ladrões (?): “Se gritar pega Centrão (ladrão) não fica um, meu irmão”.

Então, general, por que o senhor continua num governo liderado pelo Centrão e insinua possível intervenção federal? É muito sinistro o seu modo contraditório de agir. Onde está a sua coerência?

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