Depois de mais de um ano trocando o giz pelo mouse e o uniforme por um avatar, está claro que as escolas não serão mais as mesmas. Os territórios educativos não são mais demarcados por fronteiras físicas (na verdade não existe mais fronteira alguma!)
Em qualquer cenário que a educação se desenvolva – escolas públicas ou privadas, pequenas ou grandes, da periferia ou de bairros nobres -, professores e alunos não as veem com o mesmo olhar de meses atrás e, mesmo com a retomada das aulas presenciais (ainda indefinida), educando e educadores não aceitarão dar um passo atrás.
Os últimos meses foram muito duros, um desafio imenso para os professores que tiveram que se adaptar a um novo jeito de ensinar, sem tempo para se preparar e fazer uma transição minimamente adequada. Foi igualmente difícil para milhares de estudantes brasileiros sem acesso à internet, sem um computador, muitas vezes com apenas um aparelho celular sendo compartilhado para as diversas necessidades de toda uma família… essa realidade balançou as estruturas da escola.
De repente, todos os atores no processo educacional se viram envolvidos e amparados pela tecnologia! E essa consciência que despertou de dentro para fora dos muros da escola é irreversível! Hoje, professores, estudantes e gestores têm outra visão do processo de aprendizagem.
Sim, eles querem o contato, o abraço e a convivência das salas de aula, mas aquele professor que foi para frente de uma câmera e reinventou sua aula e o aluno que teve autonomia para estudar, ainda que a duras penas, ao retornar para a escola não serão os mesmos que a deixaram a meses atrás.
E é nesse contexto que tradição e inovação precisarão se equilibrar. As tecnologias educacionais deixaram de ser coadjuvantes, agora elas são indispensáveis. Não se trata apenas de fornecer computadores, smartphones e conexão à internet. Esses elementos são uma parte do caminho a seguir, mas não são o fim.
A escola já viu que os alunos sabem manejar as ferramentas tecnológicas. Hoje falamos do que a escola precisa fazer para que esses instrumentos sejam atrativos para crianças e jovens; só assim será possível despertá-los para a busca do conhecimento e engajá-los no processo de aprendizagem. Cabe à escola iniciá-los na programação, orientá-los a selecionar conteúdos e aproveitar tudo que a internet tem a oferecer de melhor: games, apps, realidade virtual, inteligência artificial etc.
Mesmo no primeiro contato com celular, ou qualquer outra solução digital, crianças e jovens são surpreendentes! Essa geração já nasceu com “chip” e agora a escola precisa ativar o dispositivo dentro de cada um ao mesmo tempo em que assume que a sala de aula não é mais o único local que o aluno tem para buscar informações e conhecimentos.
A aula híbrida é apenas uma das formas disponíveis para vivenciar a tecnologia na educação: híbrida, remota, semipresencial, presencial, a distância, não importa qual a modalidade, ignorar as tecnologias educacionais é dar força a um “vírus” que pode deixar os alunos em extrema desvantagem.
Mesmo com todas as mudanças que ocorreram década após década, a escola é a instituição que, a despeito de muitas outras, se mantém através do tempo. Por isso, nada mais inspirador do que, neste momento, ela se abrir para o novo e adotar uma nova jornada de aprendizagem, agregando tecnologias educacionais inovadoras, mas, principalmente, que estejam em sintonia com os interesses dos jovens de hoje.
Plataformas adaptativas, robótica, linguagem de programação entre muitas outras, são grandes aliadas de um ensino mais personalizado, porque cada aluno é único, e é assim que ele espera ser visto.