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As ruas estão vazias de você, meu irmão!

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Hoje, sábado, dia 13 de fevereiro de 2021, dito de carnaval. Não estranho a coincidência, com os dez meses da partida do meu irmão, Moraes Moreira, que, assim, como veio, foi levado nas asas do pombo correio, ou do Pégaso, para pousar na eternidade, deixando as marcas indeléveis da sua alegria, da qual foi o mensageiro, ao contagiar as multidões pelo Brasil afora, especialmente na Bahia, com as suas canções,  provocando o frenesi dos foliões pipocas, dos camarotes, das ruas, da Praça Castro Alves, que, indiscutivelmente, simboliza a sua cidadania artística, ao lado do Poeta que lhe estende a mão.
Os meus olhos merejam de saudade e o meu coração suporta essa dor, dando-me forças para continuar escrevendo “palavras, palavras, palavras”, como forma de mantê-lo nesta perene lembrança.
Nesses últimos dias, quando, por força desses sinistro que nos devora, a maior festa deste “pais tropical”, cantado por Jorge Bem, foi suspensa, por conta dos decretos oficiais, o seu nome tremulou, como a bandeira multicor, pelas redes sociais, pelos jornais, pelas vozes das pessoas, tudo isso na clave da saudade, do ídolo que jamais cantou a tristeza ou deixou de acreditar neste país, mesmos no momentos que mereceu as suas contundentes críticas, aos que se encastelaram no Poder, e não cumpriram, com respeito e dignidade, a missão que lhes foi delegada, merecida por esse povo, em todos os tempos da sua História.
As ruas, meu irmão, estão vazia de você, que me perdõem os outros, pois preciso dar vazão aos sentimentos, que jorram feito lavas, dentro de mim. Hoje,  com certeza, as suas canções preencherão todos os ambientes, convidando ao ajuntamentos, onde os beijos e abraços possam ser dados á vontade, mas, infelizmente, não permitidos, para levar para longe essa tristeza que nos afoga.
Resta-nos, agora, meu mano, a vacina, que, aos poucos, vai chegando, como a única via de salvação, portanto, desejada e aceita por todos nós. Não vamos dar ouvidos aos Cassandras de plantão, que profetizam o descrédito e a maledicência na Ciência. Deixe que falem! Já não suportamos mais o sufoco que  dura por um ano de incertezas, medo, perdas e angústias.
Haveremos de vencer e, ainda, podermos curtir a sua alegria em muitos outros carnavais.
Saudade, irmão!

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744