A atividade industrial do Nordeste registrou queda no trimestre encerrado em agosto. Em comparação ao índice trimestral de maio, a diminuição foi de 0,7%. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Banco Central, por meio do Boletim Regional do órgão. A região foi a única do país que apresentou retração no período.
O resultado se dá no momento em que economistas discutem a necessidade de maior participação da indústria na economia nacional. Segundo o gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, atualmente, o setor é responsável por 21,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para o especialista, a situação só vai melhorar com a desburocratização dos processos que envolvem o segmento. “Nós precisamos produzir no Brasil a um custo menor. Os gastos associados ao salário, aos encargos, têm que diminuir. Com mais produtividade, os salários vão crescer”, disse.
Um dos estados que concentra alguns dos principais polos industriais do Brasil é a Bahia, onde a produção do setor caiu 1,1% em setembro, comparado a agosto. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o superintendente de Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Marcus Verhine, o quadro só vai melhorar se houver uma estabilidade polícia e econômica no país. “Maior previsibilidade, maior estabilidade econômica e política são fatores que poderão estimular uma retomada da produção da indústria”, afirmou.
Na avaliação do deputado Federal Júlio César (PSD-PI), a agroindústria é o segmento que vai alavancar a recuperação do setor. “O setor agroindustrial, ao lado da agropecuária, é que tem condição de crescer porque está livre da competitividade”, explicou o parlamentar, que é o coordenador da bancada do Nordeste na Câmara.
No Brasil, o setor industrial é responsável por 22,2% do emprego formal, 22% da massa de salários e por 38,1% das exportações, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria.