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Atlas da Mata Atlântica faz radiografia do desmatamento na Bahia

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Baianópolis, no extremo oeste baiano, foi o município que mais desmatou a Mata Atlântica entre 2014 e 2015, com a eliminação de 824 hectares (aproximadamente a área de 824 campos de futebol) de mata nativa.

Em contrapartida, uma das mais antigas cidades da Chapada Diamantina, Mucugê, foi a que mais manteve a sua área original de Mata Atlântica no ano passado, com índice de 85,7% em relação à área original. Os dados são do Atlas da Fundação Mata Atlântica, lançado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Neste ano, em que a ONG comemora o seu 30º aniversário, o Atlas dos Municípios também mapeou o desmatamento de 1985 a 2015. Nesse estudo, 10 cidades baianas estão entre os 100 municípios que mais desmataram o bioma, nesse período.

A Bahia também aparece no topo desse ranking, entre as 10 cidades que mais desmataram, com Porto Seguro (2º lugar) e Prado (9ª colocação).

“O Atlas dos Municípios é extremamente importante, pois traz um balanço de quais estados e municípios têm dado o devido valor à preservação das florestas nativas e do meio ambiente. Nesta edição, por meio do levantamento de 30 anos, conseguimos mapear a situação das cidades e esperamos que esse Atlas contribua para incentivar os novos governantes a conservarem a Mata Atlântica”, disse a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota.

Confira os rankings por municípios:

 

Atlas dos 30 anos

O balanço de 30 anos mostra, ainda, que as regiões Sul e Sudeste têm a maior quantidade de municípios entre os 100 que mais desmataram o bioma. Juntos, os estados do Paraná (40), Rio de Janeiro (13) e Santa Catarina (11) responderam por 64% desse ranking.

Minas Gerais (9), São Paulo (6), Mato Grosso (4), Espírito Santo (3), Piauí (2) e Rio Grande do Sul (2) complementam a lista de desmatamento nacional.

O ranking dos 10 maiores desmatamentos entre 1985 e 2015 é liderado pelo Paraná, com cinco cidades, seguido pelo Rio de Janeiro (2), Bahia (2) e Santa Catarina (1).  Juntas, as 10 cidades desse ranking desmataram 169.858 hectares (1.698,58 quilômetros quadrados), área um pouco maior do que a da capital de São Paulo (1.522,9 km²).

Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha). “Foram anos de trabalho para que pudéssemos consolidar uma base temática (mapa) que permite atualizações anuais consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a dinâmica da cobertura florestal do município onde reside é, sem dúvida, a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.

Planos municipais da Mata Atlântica

Um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município. 

 

“O PMMA é extremamente importante, pois é um plano que depende diretamente da ação da comunidade local em parceria com a sociedade para ser aplicado, diferente das outras leis do país. A aplicação do plano permite o desenvolvimento de políticas locais de meio ambiente” afirma Mario.

 

‘Aqui tem Mata’
 

É possível acompanhar a situação dos remanescentes florestais em 3.429 municípios abrangidos pela Lei da Mata Atlântica no ‘Aqui tem Mata?’, hotsite que disponibiliza, por meio de mapas interativos e gráficos, informações sobre o estado de conservação de florestas, mangues, restingas e outros ambientes do bioma.

 

Basta inserir o nome de um munícipio para descobrir o que resta de vegetação, as bacias hidrográficas presentes na cidade, o ranking municipal de desmatamento e se existe alguma área preservada de Mata Atlântica no bairro ou em regiões próximas, como parques, reservas federais, estaduais e municipais, entre outras informações. Acesse www.aquitemmata.org.br.

 

Confira as listas completas em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/ublrLR8Vp4Fm6IX 

 

Os mapas dos principais rankings nacionais estão disponíveis em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/zPxBZePmCXIFfXN

 

Sobre a SOS Mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG brasileira que atua há 30 anos na proteção dessa que é a floresta mais ameaçada do país. A ONG realiza diversos projetos nas áreas de monitoramento e restauração da Mata Atlântica, proteção do mar e da costa, políticas públicas e melhorias das leis ambientais, educação ambiental, campanhas sobre o meio ambiente, apoio a reservas e unidades de conservação, dentre outros. Todas essas ações contribuem para a qualidade de vida, já que vivem na Mata Atlântica mais de 72% da população brasileira. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode ajudar em www.sosma.org.br.

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