Pesquisadores revelam resultados promissores de cirurgia que recupera habilidade de comunicação para pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica, indicando potencial tratamento para outras doenças neurológicas
Por Comunicação/ MF Press Global
Em um marco significativo na área da neurociência, cientistas dos Estados Unidos compartilharam suas descobertas na renomada revista científica Nature, descrevendo casos notáveis de recuperação da fala em duas mulheres que sofriam de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A condição, caracterizada por deficiências motoras progressivas, atrofia muscular e perda sensorial, foi combatida com sucesso através da implantação de eletrodos cerebrais.
Restaurando a Fala: Um Triunfo Médico
Os relatórios detalham como as duas pacientes, previamente paralisadas pela ELA, puderam retomar a capacidade de fala graças a implantes de eletrodos cerebrais. Os eletrodos, semelhantes em tamanho a pílulas, foram posicionados nas regiões cerebrais ligadas à fala. Esses dispositivos, funcionando como sensores avançados, capturavam os impulsos elétricos dirigidos à boca e à mandíbula para a formação de palavras. Em um feito impressionante, esses sinais eram decodificados e traduzidos em palavras exibidas em um monitor de computador. Embora o sistema inicialmente exigisse cabos conectados a um computador, os pesquisadores estão já explorando opções sem fio para maior comodidade.
Passos em Direção à Comunicação Plena
A cirurgia culminou em uma taxa de decodificação de palavras de 62 por minuto. Embora este ritmo seja significativo, é importante notar que, em uma conversa fluida, a velocidade pode chegar a até 160 palavras por minuto. Especialistas estão agora determinados a otimizar o processo a fim de alcançar essa fluidez na próxima fase da pesquisa.
Fronteiras Alargadas na Neurologia
Os implantes de eletrodos cerebrais estão rapidamente emergindo como uma solução promissora para uma série de condições neurológicas, conforme destacado pelo neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili.
“A técnica atualmente é empregada para aliviar sintomas de doenças como o tremor essencial, Parkinson e distonia. Chamado de ‘marca-passo cerebral’ ou ‘DBS’, esse procedimento beneficiou milhares de pacientes, embora predominantemente para sintomas como tremores, rigidez muscular e lentidão.”
O Dr. Bruno Burjaili destaca que essa nova pesquisa indica que essa abordagem pode ser expandida para abranger pacientes com ELA e, potencialmente, outras doenças neurodegenerativas. Ele enfatiza que, especialmente em relação à capacidade de comunicação por meio da fala, os resultados são extremamente promissores e oferecem esperança para um futuro mais inclusivo e comunicativo para aqueles afetados por essas condições.