Por Marquezan Araújo
O modelo de produção industrial se adapta a uma nova era tecnológica e a automação dos equipamentos se mostra cada vez mais comum dentro desse processo. O setor da indústria brasileiro está atento a essa realidade e alguns estados já contam com uma estrutura capaz de fornecer preparo nessa área para as companhias. É o caso da Bahia, por exemplo.
O estado conta com um Instituto SENAI de Inovação, que investe na integração e inteligência de sistemas industriais, dinamização e monitoramento dos processos produtivos das companhias.
Segundo o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do SENAI CIMATEC, Daniel Mota, o objetivo do instituto é dar suporte às competências para atendimento e aumento da competitividade do setor industrial. “Todas as indústrias precisam de um apoio em automação”, afirma.
Daniel afirma ainda que, desde a instalação do Instituto, cerca de 40 empresas já foram atendidas no estado e em todo o país, o apoio foi repassado a mais de 100 companhias. Ele explica que o Instituto SENAI de Inovação não funciona de forma isolada em cada estado. “O programa foi criado sem fronteiras regionais. Todos os institutos que fazem parte dessa rede têm uma atuação nacional”, diz.
Além da área de automação da produção, o Instituto SENAI de Inovação da Bahia ainda disponibiliza apoio para as áreas de Logística e Conformação e União de Materiais.
O sistema de inovação abrange várias áreas, entre elas, a Tecnologia da Informação e Comunicação. Nesse ramo, a região Nordeste conta com a RECICLAPAC, uma empresa especializada no desenvolvimento de embalagens reaproveitáveis e inteligentes que utilizam softwares, localizada em Pernambuco.
O CEO da RECICLAPAC, Rogério Junqueira explica que o produto trata-se de uma embalagem inteligente, que se comunica com a montadora, com a rede de fornecedores, a rede de clientes, operadores logísticos, e comunica qualquer problema que possa acontecer no suprimento de matérias-primas, de peças entregue aos clientes.
Inovação no Brasil
Apesar de ter subido no ranking do Índice Global de Inovação (IGI), o Brasil ainda se encontra em uma situação sem destaque, ocupando a 64ª posição. Na América Latina, por exemplo, a liderança em inovação segue com o Chile. Nos últimos dois anos, o Brasil ocupava o 69º lugar. No nível global, a liderança da escala continua com Suíça, Reino Unido e os Estados Unidos. A melhor colocação do Brasil já registrada foi em 2011, quando o país ocupava a 47ª.
Dados da última Pesquisa de Inovação (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada a cada três anos, apontam que o percentual de empresas inovadoras que receberam apoio do governo para atividades de inovação aumentou em relação ao período anterior, passando de 34,2%, entre 2009 e 2011, para 40%, entre 2012 e 2014.
No entanto, a principal fonte de suporte financeiro continua sendo o autofinanciamento. Quase 70% das companhias que inovaram em produto ou processo, entre 2012 e 2014, apontaram a escassez de fontes de financiamento como uma das maiores dificuldades para realizar inovação.