O secretário do Trabalho Emprego, Renda e Esporte, Álvaro Gomes anunciou nesta quinta-feira (22) que a Copa Brasil de Futebol de 5 – Série A será realizada no próximo ano em Salvador. Esta é a principal competição da modalidade e o time do Instituto de Cegos da Bahia (ICB) é heptacampeão nacional.
O acerto foi feito diretamente com a Confederação Brasileira de Deficientes Visuais, que depois de vários dias de negociação atendeu o pleito do Governo do Estado e do ICB. A ideia nasceu numa reunião do secretário com representantes do Futebol de 5 da Bahia e se fortaleceu após a conquista do sétimo título pelo Instituto de Cegos no final de outubro, em São Paulo.
A Bahia sempre foi uma potência no Futebol de 5 e cedeu dois jogadores (Jefinho e Cássio) para a Seleção Brasileira que ganhou o ouro nas Paralimpíadas, disputadas este ano no Rio de Janeiro. Além disso, tem nomes como Thiaguinho e Gleidson, que hoje atua por um clube paulista.
Secretário Álvaro Gomes voltou a falar sobre seu desejo de utilizar o esporte como ferramenta de inclusão social e acrescentou “nada melhor do que promover uma competição para deficientes visuais para buscar este objetivo”.
A competição deve acontecer no Ginásio de Cajazeiras que passará por adaptação para receber o evento. Secretário Álvaro Gomes disse que esta será a grande chance do público baiano assistir de perto os principais nomes do Futebol de 5 do Brasil. Além, dos baianos Jefinho, Thiaguinho, Gleidson, outros craques da Seleção Brasileira como Luan , Vinícius, Damião, Marcos, Raimundo Nonato, Bill, Ricardinho, este último considerado o melhor jogador do mundo.
HISTÓRICO
Futebol de cinco é exclusivo para cegos ou deficientes visuais e as partidas normalmente acontecem em quadra de futsal adaptada, mas desde os Jogos Paralímpicos de Atenas também têm sido praticadas em campos de grama sintética.
O goleiro tem visão total e não pode ter participado de competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas placas que impedem que a bola saia do campo. Cada time é formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha. Diferentemente de um estádio convencional de futebol, as partidas de futebol de 5 são silenciosas, em locais sem eco.
A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só pode se manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se tocá-la, cometerá uma falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o chamador, que fica atrás do gol, para orientar os jogadores, e que diz onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar.
O técnico e o goleiro também auxiliam os jogadores em quadra. O jogo tem dois tempos de 25 minutos e intervalo de 10 minutos. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). A participação do futebol de 5 nos Jogos Paralímpicos aconteceu, pela primeira vez, em Atenas 2004. Também, neste evento, o Brasil foi o campeão, ao superar, nos pênaltis, os argentinos por 3 a 2. A Seleção Canarinho possui mais três títulos paralímpicos: em Pequim 2008, em Londres 2012, e no Rio de Janeiro este ano.