ALOISIO DE CASTRO GOMES
*14-08-1909†28-09-1983
CELUTA GONDIM MEIRA DE CASTRO
*25/12/1011†08/04/1997
Aloísio de Castro Gomes nasceu na cidade de Caetité-BA, em 14 de agosto de 1909. Filho de Miguel Liberato Gomes (natural de Guanambi-BA) e de Maria da Conceição de Castro Gomes (natural de Caetité).
Avós maternos e paternos:
irmãos: Eufrázio, Eunice, Hélio, Elza, Dalva e Cleófano. Com exceção de Dalva, os outros cinco irmãos morreram ainda jovens, por problemas de saúde.
Sua infância e adolescência foram vividas na cidade de Caetité, onde estudou, tendo completado apenas o curso primário. Não deu continuidade aos estudos, pois começou a trabalhar muito cedo, ajudando o seu pai em um armazém comercial. No final da década de 1920, ainda jovem, foi para a cidade de Salvador-BA, onde trabalhou como comerciário em uma tradicional empresa daquela cidade.
Posteriormente, na década de 1930, abraçou a profissão de “caixeiro-viajante” (antiga profissão de uma pessoa que vendia produtos variados, deslocando-se de um lugar para outro), trabalhou para a empresa de Lucílio Castro, sediada na cidade de São Félix-BA. Exerceu essa profissão durante 18 anos, quando viajava por várias cidades do interior da Bahia, especialmente da Chapada Diamantina, transportando os produtos que vendia em lombos de animais de carga (tropa), época em que não havia facilidade de transporte entre as cidades. Costumava relatar, em prosa com amigos, que alimentava os animais com rapadura e milho, a fim de que eles ficassem fortalecidos para enfrentar as longas viagens e subir as grandes serras encontradas pelo caminho.
Em uma de suas passagens por Brumado, em fins da década de 1930, conheceu Celuta Gondim Meira, farmacêutica formada pela Faculdade de Medicina da Bahia na cidade de Salvador-BA, filha mais velha do médico Dr. Mário Meira e de Esther Gondim Meira. O romance resultou no casamento em 18 de maio de 1940. Ele com 31 anos de idade, ato celebrado pelo Padre Antônio da Silveira Fagundes na Igreja Matriz de Brumado, após o casamento, ela passou a assinar Celuta Gondim Meira de Castro. Foram testemunhas do evento Abílio da Silva Leite e Mário Meira. Morava com o seu pai, irmãos e a madrasta Iônia dos Santos Azevedo Meira (segunda esposa de Dr. Mário), na rua que leva hoje o nome de seu pai: Rua Dr. Mário Meira.
Dessa união, nasceram os cinco filhos: Márcio Meira de Castro Gomes (1944), professor aposentado da Escola Técnica Federal do Estado da Paraíba, casado, pai de cinco filhos; Ivan Meira de Castro Gomes (1945), médico, casado com a médica Doralice Pinheiro de Castro Gomes, pai de quatro filhos; Ivana Meira de Castro Gomes, 1945 gêmea de Ivan, solteira, funcionária pública federal aposentada; Aloísio Henrique Meira de Castro Gomes (1948), advogado e comerciante aposentado, casado com a professora Gilca Santos de Castro Gomes, pai de uma filha; Maria Luíza de Castro Sampaio (1950) professora aposentada, casada e mãe de três filhos; Cláudio José 1955…
Aloísio Castro foi um bom esposo e um pai amigo e presente. Nunca deixou faltar nada para a sua família, nem mesmo nos tempos difíceis, quando viajava a serviço e deixava D. Celuta sozinha com os filhos ainda pequenos. Pai extremado, foi muito rigoroso e exigente na educação dos filhos. A sua maior preocupação era dar-lhes o que ele não pôde ter: uma formatura. Os filhos homens, quando foram estudar em Salvador, em 1962, inicialmente moraram em uma pensão. Quatro anos depois, ele vendeu uma pequena fazenda no município de Brumado e com muito esforço, comprou um apartamento na capital. A sua intenção era dar mais conforto aos filhos, pois estava perto o momento em que as suas filhas deveriam, também, ir estudar na capital. A sua maior alegria foi ver todos os filhos formados, sem nunca lhe causarem desgosto ou problemas.
Residiu nas cidades de São Félix e, sendo Salvador sua última residência fora de Brumado, onde nasceram todos os seus filhos. Deixou de viajar e no ano de 1949 estabeleceu-se na cidade de Brumado, residindo com sua família na Rua Cel. Tibério Meira, ao lado da casa do seu sogro Dr. Mário Meira (onde funcionou o Supermercado Carvalho).
Nesse mesmo ano, a empresa Magnesita S/A, fundada em 1940, deu os seus primeiros passos no caminho da industrialização, contando com um grande número de operários. Entretanto, não dispunha de uma cooperativa e nem de um fornecedor de gêneros alimentícios e de outros produtos que atendessem às necessidades dos operários. Aquele foi o momento propício para Aloísio Castro abrir um comércio na Vila operária de Catiboaba e iniciar a sua vida de empresário.
Então, fundou a empresa Aloísio Castro e Cia. Era uma Sociedade de Capital misto, comércio e Indústria (conforme Contrato Social de 03 de janeiro de 1949), na qual ele era o sócio capitalista e José Correia, de Contendas do Sincorá-BA, participava da sociedade com o trabalho (sócio trabalhista). A empresa dedicava-se ao comércio varejista de tecidos, miudezas, calçados, chapéus, estivas, secos e molhados, dispondo, inclusive, de padaria, com a finalidade de suprir as necessidades dos operários, não só na Vila de Catiboaba, como também da Vila de Pedra Preta, onde, também, abriu um pequeno armazém.
Apesar da pouca escolaridade, sempre foi dotado de um grande tino comercial. A sua convivência, desde jovem, com o comércio contribuiu para aumentar o seu gosto por essa atividade profissional. Aloísio tinha uma habilidade peculiar para convencer os seus clientes a comprarem os seus produtos, com argumentos característicos.
Em 1952, retira-se da sociedade, amigavelmente, o sócio José Correia, sendo admitida a esposa Celuta Gondim Meira de Castro. Em 1955, mudou a sede do seu comércio para a cidade de Brumado, estabelecendo-se em um ponto comercial, na antiga Praça Coronel Santos, atual Praça Armindo Azevedo, local onde funcionava o bar de Chiquinho Gavião, pessoa bastante conhecida na cidade. O objetivo da sociedade continuou o mesmo, contudo manteve o comércio da Vila de Catiboaba como filial até 1958. Depois a indústria Magnesita S/A implantou a própria Cooperativa.
A sociedade continuou com a mesma razão social, Aloísio Castro & Cia. Além da sua esposa, passou a integrar a sociedade, em 1955, o seu cunhado Dr. Délio Gondim Meira, com Alteração Contratual datada de 08 de julho de 1955. Em 1960, a empresa sofreu mais uma Alteração Contratual, passando a ser uma Sociedade por Cotas de Responsabilidade Limitada, com a razão social de ALOISIO CASTRO & CIA LTDA., e o nome fantasia de LOJA CASTRO, continuando com os mesmos sócios. Em 1972, passou a integrar a sociedade o seu filho mais novo Aloísio Henrique Meira de Castro Gomes, recém-formado em Bacharel em Direito, na cidade de Salvador-BA.
Pela alteração contratual de 10 de setembro de 1986 (Registro JUCEB nº 138.653 de 13-11-1986), é admitida na sociedade a filha Maria Luíza de Castro Sampaio. Pela Alteração Contratual Nº 31, de 12 de novembro de 2003 (Registro JUCEB nº 96500840 de 02-02-2004), retira-se da sociedade a sócia Maria Luíza de Castro Sampaio e é admitida como sócia Gilca Santos de Castro Gomes, esposa de Aluísio Henrique Meira de Castro Gomes. Em 11 de agosto de 2004, através de distrato, ocorreu a extinção da empresa Aloísio Castro & Cia Ltda. (Registro JUCEB nº 96563727 de 27-09-2004).
No âmbito social, foi um dos fundadores da Loja Maçônica “Aliança Sertaneja Baiana”, em 1952; do Rotary Clube de Brumado, em 1964, e do Clube Social, Cultural e Recreativo de Brumado, em 1972. Conquistou muitos fregueses e amigos, sendo tratado pelos mais íntimos pela alcunha de “Barão”.
Além da família, a sua maior riqueza foi ter conquistado tantos amigos, não só na vida social como no comércio, independentemente de política, religião ou condição social.
O seu envolvimento na política resumia-se no compromisso de votar. Como eleitor livre e independente, sempre acompanhou o PR (Partido Republicano) liderado, na época, por Armindo dos Santos Azevedo, sogro do seu sócio e cunhado Dr. Délio Gondim Meira. Tempos depois, após as reformas político-partidárias do país, manteve a mesma linha política, acompanhando a antiga ARENA, partido político comandado pelo seu amigo Dr. Juracy Pires Gomes, sucessor indicado pelo prefeito Armindo dos Santos Azevedo.
Apesar de não ser praticante, a sua religião era a Católica, nunca deixou de fazer, em casa, as suas orações. Gostava muito de ir aos domingos, apenas para descansar, em uma pequena fazenda de sua propriedade, onde plantava palma e criava algumas vacas leiteiras. Um dos seus principais hobbies era jogar dominó com os amigos, com mais frequência em sua residência ou, às vezes, na fazenda.
Apesar do pouco estudo, era uma pessoa sempre atualizada em vários assuntos, como política, história, problemas econômicos e sociais da época. Concorreu para isso o fato de gostar muito de ler jornais, ouvir noticiários, ler livros de seu interesse, tendo uma grande predileção pela leitura de livros que tratassem da doutrina Espírita.
Além de ter sido um bom esposo e pai exemplar, também foi um bom filho. Na década de 1940, por causa dos problemas de saúde, ele levou seu pai de Caetité para Salvador, de avião, para amputar uma perna. Em seguida, trouxe os seus pais para residirem em Brumado, em uma casa anexa ao seu comércio aberto na Vila de Catiboaba. Naquela época, só tinha uma irmã viva, já casada, que residia na cidade de Salvador, sendo ele o único filho que poderia amparar os pais, dando-lhes uma melhor assistência.
Quando encerrou as atividades comerciais na Vila de Catiboaba, entre 1957/1958, trouxe os pais para morar em Brumado, na Rua Joana Angélica. Com a morte do pai, a sua mãe passou a morar em sua residência na Rua Cel. Tibério Meira. Ambos faleceram na década de 1960.
Aloísio Castro conviveu com a sua esposa durante 43 anos. Não conseguiu celebrar as Bodas de Ouro. Entretanto, em 1965 comemorou em sua residência, as Bodas de Prata (vinte e cinco anos de casados) ao lado dos parentes e amigos.
Aposentou-se QUANDO como comerciante e, mesmo com problemas de saúde, continuou trabalhando em seu estabelecimento comercial durante alguns anos. O comércio era a sua vida. Todavia, não conseguiu vencer a enfermidade e o agravamento da doença que resultou no seu falecimento em 28 de setembro de 1983, em sua residência, aos 74 anos. Foi declarante do óbito Dr. Délio Gondim Meira e atestado pelo médico Dr. Fernando Luiz Gonçalves Trindade.
Foi sepultado no dia seguinte, no cemitério Senhor do Bonfim, após missa de corpo presente, celebrada em sua residência pelo Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes, e a cerimônia fúnebre oficiada pelos seus irmãos da Loja Maçônica “Aliança Sertaneja Bahiana”, da qual era decano e membro honorário. No seu velório e sepultamento, além dos amigos e parentes, fez-se presente a Magnesita S.A. representada pela direção local em homenagem ao colaborador do passado.
Embora fosse natural de Caetité, amava a cidade de Brumado como se aqui tivesse nascido. O município homenageou-o dando o seu nome a um logradouro da cidade, no bairro Dr. Juracy Pires Gomes. Aloísio de Castro Gomes, um dos mais antigos e ilustres comerciantes de Brumado, era um homem trabalhador, competente, hábil, com capacidade profissional e instinto de um vendedor nato. Doou a sua vida à família e aos negócios, propiciando aos filhos a ventura da formação acadêmica.
Os dados para construção dessa biografia foram fornecidos pelo filho Aloísio Henrique Meira de Castro Gomes, a quem creditamos o mérito e agradecemos a colaboração.
DATAS DOS MEMBROS DA FAMÍLIA:
Dr. Mário Meira:* 28/01/1880† 25-04-1954;
Esther Gondim Meira:* 04/06/1884 †04/10/1921;
Dr. Mário Meira casou-se em segundas núpcias com Iônia dos Santos Azevedo em 30/12/1922 e passou a assinar Iônia Meira;
Iônia* 26/02/1901 † 25-04-1963;
Celuta Gondim Meira de Castro:* 25/12/1911† 08-04-1997.