Por Antônio Novais Torres
Brando Alves de Lima filho de Theophilo Alves de Lima e Donatília de Carvalho Lima. Nasceu em 23 de agosto de 1903, na fazenda rural de Tocadas – hoje pertencente ao Município de Aracatu-BA –, então Município de Bom Jesus dos Meiras – hoje, Brumado-BA. Batizado em 27/11/1903 sendo padrinhos Manoel Joaquim Alves dos Santos e Idalina Joaquina dos Santos.
Filhos do casal Theophilo/Donatila Lima: Eulália, Olympio, Cantídio, Brando 1903, Hildebrando 1904, Plácida, Isaurinda, Idalinda, Idália e Gerson Alves Lima.
Após ter concluído o curso primário na Vila de Bom Jesus dos Meiras, matriculou-se no Colégio Particular de Religiosos, na cidade de Caetité-BA, onde concluiu o curso médio de Ciências e Letras no ano de 1922.
No ano seguinte, solicitou aos seus genitores que o matriculassem numa Escola de Medicina, em Salvador, pois essa era a sua vocação. Entusiasmado com a ideia do filho, o casal Theophilo/Donatília não mediu esforço e mandou o rapaz para Salvador, a fim de tornar-se um Doutor em Medicina, o que de fato aconteceu.
Naquela época, os concluintes do Curso eram obrigados a defender a Tese de Doutorado em Medicina. Ele o fez, diga-se de passagem, para orgulho da família, com Distinção e Louvor.
Escusado é dizer que a recepção do recém-formado médico, em dezembro de 1928 na Fazenda Tocadas, revestiu-se de pompa, especialmente preparada pelos familiares que já estavam reunidos na Casa Grande das Tocadas à sua espera. Veio de Salvador no trem da ferrovia Leste Brasileira até Contendas do Sincorá e dali, num percurso de 65 quilômetros a cavalo, acompanhado por funcionários até a Fazenda Tocadas. Os pais prepararam festança supimpa para a comemoração da efeméride.
Amigos, parentes e familiares se fizeram presentes, primeiro, para agradecer a DEUS a graça alcançada e, em seguida, para os “comes e bebes” ao toque da sanfona de Cantídio, acompanhada pelo violão de Miguel da viola e de Olympio (pai de Érico Dias Lima) e do bandolim de Didi. Cantídio, Miguel e D. Didi eram tios de Érico Dias Lima que nos forneceu esses dados.
Em 1930, ele passou a residir em Caculé-BA, onde clinicou durante alguns anos, depois se transferiu para a cidade de Salinas em Minas Gerais. Lá, casou-se com Maria Lúcia Rodrigues Lima, uma jovem de uma das tradicionais famílias salinenses.
Em 1937, veio com a esposa para Brumado, aqui clinicou por cerca de um ano. Retornou a Salinas, por solicitação da esposa, que não se adaptara longe dos seus familiares. Durante muitos anos, fixou residência naquela cidade. Foi nomeado Prefeito pelo então Governador de Minas Gerais Benedito Valadares e para exercer o cargo de médico do Estado na localidade. Depois o casal passou a residir, definitivamente, em Belo Horizonte-MG, onde Dr. Brand, por vários anos exerceu sua profissão. O casal é falecido.
Registre-se um pitoresco episódio de sua vida: ele foi registrado com o nome de Brando Alves de Lima. Na Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador, quando ainda estudante, os colegas, em tom de chacota, dirigiam-se a ele dizendo: Oh! Brando (formando o cacófato obrando). Ele, constrangido, resolveu, juridicamente, mudar de nome, suprimindo a letra ‘o’ e o Alves, passando a chamar-se BRAND LIMA, simplesmente.
Salustiano Dias, amigo da família Theophilo/Donatília, sempre frequentava a Casa Grande das Tocadas, principalmente, quando Brand vinha passar as férias de fim de ano na Fazenda. No final do ano de 1928 Brand Lima, após a conclusão do Título de Doutor em Medicina retornou para Tocadas e levou um presente para o amigo Salu, (Salustiano Dias), a pedido deste, que o recebeu agradecendo a gentileza do amigo de infância.
Dias se passaram e Salu, que morava a pouca distância da Casa Grande, nada de aparecer. Brand ficou preocupado, pois não era esse o costumeiro comportamento do amigo. Resolveu então ir a casa dele. Salu o recebeu todo desconfiado. “Que foi que houve rapaz?”. “Nada não, Brand”. “Você gostou do presente que eu lhe ofereci?”, “Um pouco”, disse. “Qual o motivo dessa cara assim de quem não gostou?”. Envergonhado respondeu: “Eu li várias vezes, mas não entendi o enredo, Brand!”. O presente era um dicionário e que Salu desconhecia. E por acanhamento, para não sofrer vexame ao ser perguntado pelo presente, preferiu ausentar-se das frequentes visitas.
Registre-se que o óbito do falecimento do padre José Dias Ribeiro da Silva ocorrido em 14/12/1937 foi atestado pelo médico Brand Lima, sendo oficial do Registro civil Ocridalina Morais Lôbo e declarante José Costa Ribeiro.
Os dados para composição desta biografia foram fornecidos por Érico Dias Lima;
Colaboração do Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais.