Chuvas e tecnologia são os principais motivos do otimismo do Agro neste início de ano, que prevê mais uma safra recorde, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país
Os agricultores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil estão comemorando a perenidade das chuvas no final do ano passado e início de 2023. A constância e a boa distribuição das águas neste período estão garantindo mais um recorde na safra de grãos colhidos no país.
Informações preliminares da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) adiantam que a produção nacional para este ano está estimada em 310,9 milhões de toneladas de grãos. Esse volume representa um aumento de 14,5% em relação à safra passada. Ou seja: o produtor rural brasileiro deve colher 39,3 milhões de toneladas a mais do que na temporada anterior.
Esse bom desempenho se deve, em boa parte, ao resultado da colheita a ser feita no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Mesmo não tendo chovido com regularidade no Sul do país, a quantidade de sol e chuva – na medida certa, nestas três regiões – está garantindo o resultado positivo.
O agricultor Paulo Rodrigues da Cunha informou que a colheita está sendo comemorada em Mato Grosso, apesar de os produtores rurais terem ficado receosos com a guerra da Ucrânia. “Tivemos uma safra satisfatória, mas o aumento dos defensivos e fertilizantes, por causa das questões de conflitos e guerra, aumentaram muito os custos, resultando numa margem estreita de lucratividade”, explicou.
Centro-Oeste
Para o agrônomo Marconi Moreira Borges, gerente do escritório da Emater do PAD/DF (Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal), a expectativa na área rural do Distrito Federal é de que a colheita ultrapasse a casa dos 5% em relação ao ano passado.
Marconi destacou a adubação bem feita da terra – por parte dos agricultores – e a boa distribuição das chuvas na região. Segundo ele, estes foram os fatores que mais influenciaram no bom desempenho do setor: “Choveu e também fez bastante sol, que são o movimento ideal para a planta fazer a fotossíntese e transformar isso em produtos”.
Norte e Nordeste
Já o gerente de acompanhamento de safras da Conab, Rafael Fogaça, aponta que, apesar do atraso das chuvas, na região do MATOPIBA – que reúne áreas de Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia – a regularidade das chuvas está beneficiando muito toda a lavoura. Em entrevista ao portal “Brasil 61”, o técnico comemorou: “As condições climáticas para a região Centro-Oeste, Norte e Nordeste estão bastante favoráveis à safra 2022/2023”.
Fogaça acrescentou que, de maneira geral, as chuvas foram bem distribuídas no Centro-Oeste brasileiro, com exceção de microrregiões do Estado de Goiás, mas isso não vai influenciar negativamente no conjunto da colheita. “Algumas partes de Goiás tiveram problemas de veranico mas, de maneira geral, a gente observa condições climáticas muito favoráveis”, concluiu.