Índice de identificação destes estudantes é baixo no país, ou seja, existem crianças superdotadas que não recebem atendimento adequado]
Por: Redação MF Press Global
O caso do menino Gustavo Saldanha, que aos 8 anos se tornou o brasileiro mais novo a entrar na Mensa, a associação internacional de pessoas com alto QI, foi notícia em diversos veículos de comunicação de 3 diferentes países. Porém, crianças com habilidades acima da média, como Gustavo, podem não estar recebendo boas estruturas para um desenvolvimento adequado.
De acordo com dados do Censo Escolar de 2020, há cerca de 24.424 estudantes com perfil de altas habilidades ou superdotação matriculados na educação especial. Porém, identificar o número real de estudantes superdotados ainda é um dos maiores desafios na área de educação. Fato que configura um problema, pois crianças superdotadas devem receber educação especializada e adaptada às suas particularidades.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, emitiu uma documentação na qual incluiu a superdotação de Gustavo como uma deficiência. De acordo com o neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, isso atesta a falta de estrutura para auxiliar as crianças superdotadas no Brasil. “O método educacional do Brasil e de Portugal não é apropriado para pessoas de alto QI e elas, com a ‘criatividade e capacidade’ de pensar ‘fora da caixa’ podem fazer a diferença”, explica.
O Dr. Fabiano de Abreu, é também um membro da Mensa e realiza um trabalho de consultoria para crianças superdotadas que se baseia em uma motivação pessoal. “Quero dar o que não tive: um acompanhamento adequado e guiar um caminho que tive que buscar sozinho”, relembra.
O fenômeno internacional Gustavo Saldanha, é um prodígio musical, toca 7 instrumentos e tem um vasto repertório de músicas nacionais e internacionais, com particular interesse na banda britânica Beatles. O menino é, também, habilidoso com tecnologia e, mesmo com pouca idade, já consegue mexer em programas musicais complexos e instalar sistemas operacionais. Fabiano de Abreu acredita que o Gustavo tem um futuro promissor pela frente. “É fácil trabalhar com o que se entende. Traço um caminho que não tem como não obter bons resultados. Tenho mais de 15 nomes lançados. Quero que eles tenham sucesso”, orgulha-se.