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Brasil para Elas: caravana percorre o país com capacitação profissional para mulheres

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Com o objetivo de impulsionar o empreendedorismo feminino para mulheres em situação de vulnerabilidade social, a caravana ainda deve passar por Distrito Federal, Maranhão, Piauí e Rondônia em agosto

Por: Paloma Custódio/Brasil 61

A Caravana Brasil pra Elas percorre o Brasil com capacitação profissional para mulheres. A ação faz parte do Programa Brasil pra Elas, lançado em março pelo governo federal, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento  Industrial (ABDI) e o Sistema S. O objetivo é impulsionar o empreendedorismo feminino para mulheres em situação de vulnerabilidade social, por meio de cursos, divulgação de vagas de emprego, palestras e orientação sobre crédito. A programação também inclui atendimento à saúde, atividades de lazer e sorteios.

Com a meta de capacitar 20 mil brasileiras, a caravana já passou pelas capitais de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Os próximos destinos são as capitais do Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima, além do Distrito Federal. Confira as datas:

  • São Luís (MA) – 06/08
  • Teresina (PI) – 16/08
  • Distrito Federal – 20/08
  • Porto Velho (RO) – 27/08
  • Fortaleza (CE) – aguardando data
  • Recife (PE) – aguardando data
  • Boa Vista (RR) – aguardando data
  • Belém (PA) – aguardando data

Força de trabalho feminina

O Programa Brasil pra Elas tem como foco o público feminino atendido pelo Auxílio Brasil. Apesar de serem as principais mantenedoras das famílias beneficiadas, as mulheres foram as mais afetadas pelo fechamento de postos de trabalho durante a pandemia da Covid-19.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mostram que, no 3° trimestre de 2021, a força de trabalho feminina perdeu 1,1 milhão de mulheres se comparado ao mesmo trimestre de 2019.

Segundo a doutora em economia Amanda Aires, com a perda dos empregos, as mulheres possuem mais dificuldades para retomarem os níveis salariais, além de acumularem ainda mais trabalhos domésticos durante a pandemia.

“Os homens passaram a produzir menos e as mulheres passaram a produzir muito mais [em casa]. Então, as mulheres estão ainda nesse abismo de acumular tarefas na pandemia. E agora com dificuldade para retomar os seus postos de trabalho e seus níveis de salário.”

Programa Brasil pra Elas

Para mitigar os efeitos da pandemia na força de trabalho feminina, o Programa Brasil pra Elas busca recolocar as mulheres no mercado de trabalho e formar empreendedoras e potenciais geradoras de empregos, por meio de capacitação profissional e linhas de crédito de bancos federais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste.

Ramira Felix, empreendedora de Ananindeua (PA), conta que passou por um momento muito difícil financeiramente, durante a pandemia. Desempregada, ela não tinha capital de giro para abrir o próprio negócio. Por meio de crédito do Banco da Amazônia, Ramira conseguiu estruturar o sonho de uma loja de roupas.

“Foi na pandemia que tudo aconteceu. No momento de crise que o Brasil estava enfrentando. Esse crédito mudou completamente minha vida. Esse dinheiro multiplicou e eu fiz algumas mudanças na loja. Uma loja de roupas usadas se transformou em uma loja bonita e pop.”

A coordenadora nacional de Empreendedorismo Feminino do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Renata Malheiros, destaca o perfil de mulheres atendidas pelo programa.

“A pandemia e a crise econômica, vinculada também à pandemia, afetaram de maneira desproporcional as mulheres, sobretudo o segmento que já têm baixa escolaridade e que já vinham em uma situação de vulnerabilidade. Então, programas como esse fortalecem as oportunidades de geração de emprego e trabalho.”

Segundo Renata Malheiros, além de ajudar a garantir a independência financeira para as mulheres, programas como o Brasil pra Elas também trazem avanços sociais para as famílias.

“Quando você junta entidades do Sistema S – Sebrae, Senai, Senac – e parceiros de bancos, parceiros do governo, é um grande mutirão para apoiar as mulheres a aprender um ofício, a abrir uma empresa, a abrir uma conta de banco. O empreendedorismo feminino é uma das formas mais rápidas de conseguir a sua independência financeira, de conseguir renda e poder trazer progressos para você e para sua família.”

Foto de capa: Lookstudio/Freepik

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