redacao@jornaldosudoeste.com

Brasil pode ser “potência no setor” de urânio, avalia diretor do Serviço Geológico do Brasil

Publicado em

WhatsApp
Facebook
Copiar Link
URL copiada com sucesso!

Responsável pela área de Geologia e Recursos Minerais da empresa, Marcio Remédio apresentou programa que vai avaliar potencial de exploração do mineral no País e buscar novos investimentos

Por: Brasil61

O Brasil pode se tornar uma potência no setor de urânio. A afirmação foi dada pelo diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Marcio Remédio, durante o Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E), evento coordenado pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN).

“O fato de contar com poucas áreas mapeadas e um vazio de informações faz com que o país seja praticamente inexplorado para o setor de Urânio”, avaliou Remédio.

Ele disse que o mercado mundial tem crescido cada vez mais e as empresas e países estão à procura de novas matrizes energéticas alternativas, o que coloca a temática como de suma importância para o Brasil.

Na ocasião, o diretor de geologia do SGB-CPRM –  empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia – apresentou o Programa Urânio do Brasil.

Nos próximos 10 anos, o programa tem o objetivo de buscar novos investimentos para explorar regiões em busca de grandes depósitos.

“O programa tende a fazer uma avaliação do potencial de exploração do mineral, delimitar as principais áreas da exploração e estimular a mesma com dados assertivos e reduzindo riscos da exploração”, concluiu Remédio.

O programa foi desenvolvido pela Divisão de Geologia Econômica, liderada pelo pesquisador Felipe Mattos Tavares, por meio do uso de técnicas de modelamento de potencial mineral em escala continental e uso de machine learning.

Urânio no Brasil

Depois de cinco anos, país retomou, em dezembro de 2020, a produção de urânio – utilizado, no Brasil, para a produção de energia, dentro de usinas nucleares, e para a propulsão nuclear de submarinos. A retomada simbólica ocorreu em cerimônia na Unidade de Concentração de Urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no município de Caetité (BA).

Durante o evento, foi feita uma detonação, simbolizando o início da lavra a céu aberto na Mina do Engenho.

Mina do Engenho, em Caetité (BA): a única mineração de urânio em atividade no país. Foto: Divulgação/Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

Segundo o Ministério de Minas e Energia, numa primeira etapa, a nova unidade tem capacidade para produzir 260 toneladas de concentrado de urânio por ano. Mas a expectativa é que, até 2025, esteja produzindo 1.400 toneladas de concentrado de urânio; e, até 2030, 2.400 toneladas anualmente, pois existe o planejamento de entrada de outra mina em operação, em Santa Quitéria, no Ceará.

“Essa retomada é a primeira fase para consolidar a nossa proposta de tornar o Brasil autossuficiente e um exportador de urânio”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque na ocasião.

Ainda segundo o Ministério de Minas e Energia, a produção do urânio no país começou em 1982, com a produção e extração em uma mina em Poços de Caldas, em Minas Gerais. Durou 13 anos, da ordem de 1.200 toneladas, e abasteceu a Usina de Angra 1. A produção foi interrompida porque exauriu a reserva do metal. Ela foi retomada, em 2000, em Caetité, na Bahia. Em 2015, foi novamente paralisada, também porque a reserva se exauriu.

 

 

Foto de Capa: Brasil61

Deixe um comentário

Jornal Digital
Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745