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Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025

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Do total, 7,6 milhões são profissionais que já possuem uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho, mas precisam se aperfeiçoar

 

 

Por: Paloma Custódio/Agência Brasil 61

 

O Brasil precisa investir no aperfeiçoamento e na qualificação de pelo menos 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025. É o que conclui o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria. Desse total, 2 milhões deverão se capacitar em formação inicial, para repor os profissionais inativos e preencher as novas vagas, e 7,6 milhões em formação continuada, para os trabalhadores que precisam se aperfeiçoar.

O gerente-executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, destaca a importância da formação continuada em um mercado de trabalho concorrido.

“Independente de já se ter uma formação, é preciso estar se atualizando continuamente. Isso é bom pelo lado da indústria, porque a indústria precisa fortalecer a sua produtividade para que tenhamos produtos cada vez mais competitivos no mercado, e para o trabalhador, porque ele precisa estar sempre atualizado nas novas tecnologias, competindo nesse mercado de trabalho bastante concorrido.”

Além disso, o estudo estima que o país deve criar 497 mil novas vagas formais em ocupações industriais nesse período, alcançando 12,8 milhões de empregos no setor. O crescimento na demanda por trabalhadores será de:

  • 2,4% em nível de qualificação com menos de 200 horas: 208 mil vagas
  • 3,2% em nível de qualificação com mais de 200 horas: 64 mil vagas
  • 6,3% em nível técnico: 136 mil vagas
  • 8,7% em nível superior: 90 mil vagas

O estudo revela que, em número de vagas, ainda prevalecem as ocupações de nível de qualificação (272 mil vagas). Contudo, o crescimento da demanda por profissionais de nível técnico e superior é maior. De acordo com o levantamento, isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais mais qualificados.

Áreas de formação

As áreas com maior demanda por formação são: Transversais; Metalmecânica; Construção; Logística e Transporte; e Alimentos e Bebidas.

Formação inicial  

  • Transversais (411.149)
  • Construção (346.145)
  • Metalmecânica (231.619)
  • Logística e Transporte (194.898)
  • Alimentos e Bebidas (181.117)
  • Têxtil e Vestuário (137.996)
  • Automotiva (92.004)
  • Tecnologia da Informação (76.656)
  • Eletroeletrônica (55.747)
  • Couro e calçados (48.868)

Formação continuada 

  • Transversais (1.393.283)
  • Metalmecânica (1.300.675)
  • Logística e Transporte (1.095.765)
  • Construção (780.504)
  • Alimentos e Bebidas (583.685)
  • Têxtil e vestuário (509.354)
  • Tecnologia da Informação (397.836)
  • Eletroeletrônica (248.790)
  • Gestão (226.176)
  • Automotiva (208.317)

O estudo aponta que, devido à lenta recuperação na abertura de novas vagas formais, a formação inicial servirá, principalmente, para repor a mão de obra inativa.

Márcio Guerra destaca a relevância das ocupações nas áreas transversais. “Ou seja, aquelas ocupações coringas, aquelas profissões que são absorvidas por diversos setores da economia, que vão desde o setor automotivo até o setor de alimentos. No que diz respeito às áreas, vale destacar também aquelas profissões que estão relacionadas com a indústria 4.0, relacionada à automação de processos industriais.”

Mapa do Trabalho Industrial

O gerente-executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, explica que o Mapa do Trabalho Industrial é uma projeção que considera o contexto econômico, político e tecnológico.

“A partir da inteligência de dados, o objetivo do mapa é projetar a demanda por formação profissional de forma que essa informação sirva, não só para o SENAI, mas também para uma discussão mais ampla sobre qual vai ser a demanda futura de profissionais no mercado de trabalho.”

Segundo Guerra, a partir dos dados existentes sobre o mercado de trabalho, o mapa apresenta projeção da demanda de profissionais nos níveis nacional, regional, setorial e ocupacional.

“Esse dado serve de orientação para construção de políticas, mas sobretudo para o planejamento da oferta de educação profissional. É muito importante para a sociedade conhecer quais são as tendências, quais são as áreas que tendem ao maior crescimento, sobretudo na sua localidade, mas também entender quais profissões têm mais relevância, mais demanda, para que ele possa planejar a sua trajetória de formação profissional”, explica.

 

 

Foto da capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

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