Objetivo é ampliar monitoramento do desmatamento da floresta Amazônica
Por Bruno Bocchini|Agência Brasil
Hoje (25), durante uma reunião realizada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em São José dos Campos, interior de São Paulo, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, apresentou uma proposta ao administrador da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), Bill Nelson, para que o Brasil e os Estados Unidos desenvolvam juntos novos satélites e tecnologias aeroespaciais para monitorar a Amazônia.
Também estiveram presentes no encontro o diretor do Inpe, Clezio Nardin, e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon.
O representante da agência norte-americana está no Brasil para buscar ampliar a parceria no monitoramento do desmatamento da Floresta Amazônica e em ações de preservação. Ontem (24), ele se encontrou com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
Luciana Santos destacou que a proposta surgiu a partir da visita do administrador da Nasa ao presidente Lula. O objetivo é possibilitar o acesso aos dados de satélites já lançados e também desenvolver conjuntamente novas iniciativas.
Atualmente, o monitoramento da Amazônia é realizado pelos satélites de sensoriamento remoto CBERS e Amazonia-1, sendo este último de fabricação totalmente brasileira. O Inpe está trabalhando em uma nova tecnologia chamada Radar de Abertura Sintética (SAR), que permitirá a geração de dados em qualquer condição climática, inclusive atravessando nuvens, aspecto essencial para a região amazônica.
O diretor do Inpe, Clezio Nardin, explicou que estão avaliando a proposta da Nasa e que a contraproposta do Brasil é estudar o desenvolvimento de um satélite conjunto, mas ressaltou que a decisão política do governo federal é fundamental para avançar no projeto.
Segundo Bill Nelson, a Nasa propõe ao Brasil o acesso aos dados de dois satélites, já em fase de lançamento. Um deles, desenvolvido em parceria com a Índia, será lançado em janeiro do próximo ano e terá a capacidade de enxergar através da copa das árvores, possibilitando identificar queimadas em áreas densamente florestadas. Essas informações estarão disponíveis imediatamente após o lançamento, sem a necessidade de aguardar anos para o desenvolvimento de novos satélites.