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Brumado: Acuado e sem respostas para a denúncia de uso do carro oficial irregularmente, vereador democrata fala de supostos inimigos e ataca a imprensa

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Por Redação (redacao@jornaldosudoeste.com)

 

Recorrentemente, diante de uma má notícia, agentes públicos tem buscado desqualificar o “mensageiro” como forma de negar a mensagem, o conteúdo, a informação. Desde os primórdios da humanidade essa foi uma estratégia para negar a informação que não se quer receber, uma denúncia para a qual não há uma resposta que possa ser considerada minimamente razoável. Aqueles que flertam e se enamoram das afrontas à legislação vigente, em particular aos cinco princípios normatizados no Artigo 37 da Constituição Federal – Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência – quando inconformados por ter suas ações ilegais publicitadas, fazem como conta a história, fez Dario III, Rei da Pérsia, que ao receber a notícia de que havia sido derrotado por Alexandre, o Grande, devido a seus erros de estratégia, mandou matar o mensageiro Charidemos.

Na última segunda-feira, durante a sessão virtual da Câmara Municipal de Brumado, pressionado a dar explicações, embora sem demonstrar constrangimento, sobre as denúncias de uso indevido do carro oficial do Legislativo e da possibilidade – se a legislação vigente for cumprida – de perder o mandato e responder na Justiça por Improbidade Administrativa e Peculato, crimes tipificados na Lei Federal nº 8.429/92 e nos Artigos 312 e 313 do Código Penal, respectivamente, o vereador Wanderley – Nem – Amorim da Silva (DEM), fez um pronunciamento, não para se defender das graves acusações, mas para se vitimizar e acusar estar sendo alvo da perseguição de inimigos e da parcialidade da imprensa. Faltando com a verdade, o vereador alegou que não lhe teria sido oportunizado o direito de contraditar as denúncias que chamou de “maldades”, reforçando, no entanto, que se intimidará e continuará trabalhando de cabeça erguida. “(…) A imprensa, muitas das vezes, sem ruminar o assunto, sem saber o que está por trás da cortina, pega um áudio, olha uma foto, e joga no ar, sem me dar crédito de dar uma palavra”, afirmou o vereador já com a voz embargada e aproveitando para fazer um “alerta” aos demais vereadores: “Hoje sou eu (o perseguido pela imprensa), amanhã será qualquer um de vocês”.

O democrata, até porque não havia como negar os fatos noticiados, baseados em fotos e vídeos, disse que esteve em Caetité no dia 22 para tratar de interesses da população brumadense, participando de um encontro com um pré-candidato à Assembleia Legislativa – cuja identidade não revelou – que afirmou “tem um passe livre muito grande no Governo”, tendo como pauta a carência hídrica das comunidades rurais do município. Wanderley – Nem – Amorim da Silva foi incisivo ao afirmar que a reunião em Caetité teria sido marcada pelo suposto pré-candidato, deixando subentendido que a sede da Prefeitura Municipal de Caetité estaria sendo utilizada como “Escritório Político” de um aspirante à indicação partidária para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado em 2022.

Não explicou, no entanto, o motivo pelo qual deixou de levar as demandas relativas à carência hídrica do município ao Escritório Regional da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Infraestrutura Hídrica e de Saneamento, ou à Central de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas de Saneamento (Central das Águas), órgão parceiro do Governo do Estado e que tem a prerrogativa de indicar as obras de implantação de sistemas de abastecimento de comunidades rurais dos municípios associados, entre os quais Brumado, que responderão, após a conclusão dos serviços, pela gestão do equipamento, preferindo encaminhar as eventuais reivindicações a um suposto pré-candidato à Assembleia Legislativa do Estado.

A possibilidade da versão do vereador vir a apontar que a reunião com o suposto pré-candidato à Assembleia Legislativa do Estado tenha ocorrido na Central das Águas e que o carro oficial do Legislativo brumadense teria apenas sido estacionado no pátio da Prefeitura Municipal, não se sustentaria, uma vez que a sede da Central de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas de Saneamento (Central das Águas), está localizada na saída para Guanambi, a uma distância considerável da sede da municipalidade, sendo, portanto, pouco provável que pudesse ocorrer.

O democrata Wanderley – Nem – Amorim da Silva também não fez qualquer referência à sua viagem à Dom Basílio, no dia 16 de julho, quando também foi flagrado com o carro oficial do Legislativo Municipal, acompanhado de representantes de uma empresa privada que participava de processo licitatório, na porta da Prefeitura Municipal da cidade.

O democrata também se omitiu em relação às suspeitas de que seria sócio oculto da empresa que participou de processos licitatórios nas Prefeituras de Dom Basílio e Caetité, nos dias 16 e 22 de julho, respectivamente, onde foi flagrado com o carro oficial da Câmara Municipal.

 

Vereador Wanderley – Nem – Amorim dos Santos. Foto: Lay Amorim/Blog Achei Sudoeste.

 

Prefeitura de Caetité desmente versão do vereador brumadense

 

Por Redação (redacao@jornaldosudoeste.com)

 

A Prefeitura Municipal de Caetité foi questionada pela reportagem do JS, se as instalações do Paço Municipal estariam sendo utilizadas por um pré-candidato à Assembleia Legislativa do Estado para reuniões com lideranças políticas regionais e encaminhamento de demandas ao Governo do Estado. O questionamento foi feito a partir da declaração feita pelo vereador brumadense Wanderley – Nem – Amorim da Silva (DEM), para justificar a viagem a Caetité no último dia 22 de julho, quando o veículo da frota oficial da Câmara Municipal de Brumado foi flagrado estacionado na porta da Prefeitura Municipal caetiteense.

Na resposta, o secretário municipal de Relações Institucionais, Leonardo Américo Silveira de Oliveira, foi incisivo ao afirmar não ter conhecimento que algum pré-candidato esteja utilizando a Prefeitura Municipal de Caetité “como Escritório Eleitoral”.

 

Oposição caetiteense avalia ir ao MP para apurar uso da Prefeitura de Caetité como “Escritório Eleitoral”

 

Por Redação (redacao@jornaldosudoeste.com)

 

Segundo uma fonte do JS, com base na declaração do vereador brumadense Wanderley – Nem – Amorim dos Santos (DEM), que teria se reunido em Caetité, na sede da Prefeitura Municipal, onde foi flagrado o carro oficial da Câmara Municipal de Brumado, com um pré-candidato à uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado, lideranças da oposição caetiteense avaliam a possibilidade de ingressar com uma representação no Ministério Público Estadual. Os oposicionistas avaliam requerer do órgão ministerial a instauração de procedimento investigatório para apurar se a sede do Governo Municipal estaria sendo usada como “Escritório Eleitoral” de um pré-candidato às eleições de 2022.

Segundo a mesma fonte, os oposicionistas caetiteenses, embora estejam avaliando com cautela a versão do vereador brumadense, não descartam que o os governistas possam estar usando a estrutura da Administração Municipal para sedimentar as bases de uma candidatura apoiada pelo grupo liderado pelo prefeito, para se cacifar e chegar à disputa eleitoral do ano que vem com uma candidatura já forte.

“A legislação eleitoral vigente veda o uso de bens públicos, bem como de cargos e funções públicas em benefício de determinadas candidaturas e partidos. Se confirmada a informação do vereador de Brumado, poderemos estar diante de uma afronta grave à legislação eleitoral”, pontuou a mesma fonte, acrescentando que não está descartado, em sendo verdadeira a declaração do brumadense, que o prefeito Valtécio Aguiar (PDT), por omissão ou conivência, tenha ou esteja cometendo o crime de improbidade administrativa.

O Setor Jurídico do grupo oposicionista está debruçado na análise das declarações do vereador e, além de juntar a matéria publicada no JS e em Blogs da região, deverá requisitar o áudio da sessão do Legislativo brumadense com a declaração do vereador Wanderley – Nem – Amorim da Silva (DEM), e fundamentar a eventual representação que avaliam propor ao Ministério Público.

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