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Campanha de vacinação na Bahia tem números baixos de pessoas imunizadas

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O estado da Bahia registrou baixos números de pessoas imunizadas na região, no período de campanha de vacinação contra a febre amarela. A meta era que 3,5 milhões de pessoas fossem vacinadas até esta sexta-feira (09). De acordo com o último levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, apenas 1,8 milhão de cidadãos baianos não imunizados buscaram as unidades de saúde que ofereciam a vacina. Salvador, Lauro de Freitas, Mata de São João, São Francisco do Conde, Vera Cruz, Itaparica, Candeias e Camaçari registraram mortes de macacos em virtude da febre amarela e, assim, entraram em campanha para mobilizar a população.

A campanha na Bahia teve início em 19 de fevereiro, mas, de acordo com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, a intenção é de que, os municípios que ainda não atingiram a meta da população vacinada, seguirem com o cronograma de imunização. Além da Bahia, Rio de Janeiro e Salvador também realizam a campanha contra a doença. “Nós esperamos que os estados mantenham a campanha até atingir uma cobertura adequada. As campanhas terminarão quando a cobertura for atingida. E a cobertura é atingida quando a população comparece”, comenta o ministro.

Ricardo Barros, Ministro da Saúde

Além disso, a vacina, quando tomada na dose padrão, vale para o resto da vida. Até o fim da campanha, foram utilizadas para a população doses com um quinto da quantidade normal, para que atendesse toda a população de forma correta. Esse método tem chancela da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ricardo Barros pede, ainda, apoio da população. “Eu aproveito para fazer esse apelo: compareçam às unidades de vacinação para que possamos cumprir a cobertura e garantir segurança para a população, relativamente, ao novo ciclo de febre amarela que todos os anos acontece no Brasil.”

Lauro de Freitas

Em Lauro de Freitas, desde o início da campanha contra a febre amarela, no dia 19 de janeiro, a meta era vacinar mais de dez mil pessoas, mas apenas cerca de três mil pessoas foram vacinadas. Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a região é a que possui o menor índice de cobertura vacinal entre os oito municípios que realizam a mobilização, com 46,6%. Um dos motivos alegados pelos moradores, para a baixa procura pela vacina, é a falta de tempo.

Vacinação nas unidades de saúde de Lauro de Freitas continuam

Lázaro Carlos dos Santos, 28 anos, atendente de farmácia, é um dos moradores do município que tentam encontrar uma brecha no dia a dia tão atarefado. “Ainda não tomei porque, trabalhando em comércio, é difícil sair. Não sobra tempo de passar no posto, mas sei que a gente tem que se precaver”, diz.
Mesmo após o fim da campanha, marcado para esta sexta-feira (9), a vacinação em Lauro de Freitas vai continuar em 14 unidades de saúde do município. Além disso, de acordo com a gerente de Imunização da Secretaria de Saúde de Lauro de Freitas, Manuela Leal, ações para facilitar o acesso de quem não consegue comparecer a uma das unidades também vão continuar. “Nós ainda temos algumas ações programadas, como atividades em universidades, em escolas e em bairros mais distantes, que têm uma população mais carente. Essas ações são importantes para que as pessoas tirem as dúvidas, para que as pessoas sejam imunizadas”, esclarece.

Confira a cobertura vacinal em algumas regiões no período de campanha na Bahia

Salvador

A capital da Bahia, que possui uma população de mais de dois milhões de pessoas, chegou à cobertura de 57% de vacinados. Isso corresponde 23.455 de moradores imunizados na cidade. A meta era que 95% dos cidadãos soteropolitanos fossem vacinados dentro do período da campanha.

A subcoordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Salvador, Doiane Lemos, diz que este contingente a se vacinar é significativo e é preciso de uma ação conjunta entre saúde e população. “Então por isso a importância. Nós estamos com um cenário epidemiológico diferente de outros estados que estão tendo casos humanos, porém, as epizootias já nos dão um sinalizador de que a gente precisa vacinar a população para evitar casos humanos”, comenta.

Mesmo com uma procura tímida, o professor de história, Henrique Silva, de 28 anos, se vacinou recentemente contra a febre amarela. Morador do Bairro de Cabula, ele comenta que a mãe, que trabalha na área da saúde, o alertou de algumas vacinas que precisava atualizar.

Com isso, ele foi à unidade de saúde da região em que vive e se imunizou. O professor convida a população, que ainda não se vacinou, a ir aos postos de saúde. “Queria convidar o povo de Salvador, soteropolitanos, para ir aos postos de saúde para a campanha da febre amarela, para poder se prevenir e evitar o contágio da doença. Porque a única forma de evitar é a vacinação”, afirmou.

Exemplo

Candeias é exemplo quando o assunto é vacinação contra a febre amarela. Segundo dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município tinha uma população de pouco menos de 90 mil pessoas. Dessas, mais de 82 mil já estavam imunizadas, na época. Apenas em 2018, nos meses de janeiro e fevereiro, 1510 pessoas foram vacinadas no município.
A cidade participou da campanha de vacinação contra a febre amarela na Bahia, que ocorreu entre os dias 19 de fevereiro e nove de março. Entre os oito municípios que participaram da mobilização, Candeias foi o que teve maior índice de vacinação, com 98,6% de cobertura vacinal. Vanderson Lima, de 25 anos, é segurança e era uma das poucas pessoas que ainda não tinha se vacinado em Candeias.

Ele aproveitou que estava passando perto de uma unidade de saúde e realizou o procedimento. E viu como é simples e rápido: “Eu vi pela televisão que estava tendo o mutirão. Aí eu vim, passei aqui pela frente e aproveitei e entrei para fazer”, disse. Segundo o supervisor de vacina da Secretaria de Saúde de Candeias, Adilson Costa, devido ao alto número de turistas na região, além da população local, o município também imuniza diversas pessoas que vêm de outras localidades: “A gente atende todo mundo. Não importa de onde é. De São Paulo, Minas, Pernambuco, todo mundo é atendido. Não importa de onde é que é”, afirma.

Situação de risco

Laura Santana, de 30 anos, trabalha em uma farmácia em Candeias e afirma que, até o momento, ninguém procurou o estabelecimento com dúvidas ou procurando medicamentos para febre amarela. “Ninguém procurou a gente com algum assunto relacionado à febre amarela. As pessoas não costumam se preocupar muito com isso aqui”, disse. Provavelmente essa falta de interesse se deve ao excelente índice de vacinação do município.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil confirmou 846 casos e 260 óbitos relacionados à doença, no período de 1º julho de 2017 a seis de março deste ano. Ao todo, foram notificados 3.234 casos suspeitos, sendo que 1.560 foram descartados e 828 permanecem em investigação, neste período. Os estados do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo realizaram a campanha de vacinação nos seus municípios que estavam em situação de risco até esta sexta-feira (9). Dados preliminares dos três estados apontam que, até seis de março, 17,3 milhões de pessoas foram vacinadas. O número corresponde a 76% do público-alvo previsto na campanha. Na Bahia, até o dia seis de março, 35 casos de febre amarela foram notificados. Desses, 25 foram descartados e dez seguem sob investigação.

#febreamarela

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745