Os rins são órgãos de cor vermelho escuro, semelhantes a feijões, pesando aproximadamente 150 gramas. Estão localizados na porção superior da região lombar.
Várias são as funções do rim: filtrar o sangue e eliminar substâncias nocivas; manter o equilíbrio do pH sanguíneo e de eletrólitos; controlar a eritropoiese (produção de células vermelhas do sangue); produzir hormônios (aldosterona e prostaglandinas).
A American Câncer Society estima que em 2019 ocorram nos Estados Unidos cerca de 73.820 novos casos de câncer renal e aproximadamente 14.770 pessoas morrerão desta neoplasia, lembrando que a idade média do diagnóstico é 64 anos. É importante destacar que o tumor de rim está entre os 10 tipos de neoplasias mais frequentes no mundo e o carcinoma de células renais é o tipo tumoral mais comum.
A incidência do câncer de rim em estágio inicial aumentou nos últimos anos e uma razão para isso é o uso disseminado do ultrassom e da tomografia computadorizada como métodos diagnósticos. O tumor renal normalmente é assintomático nos estágios iniciais e, quando avançado, o paciente pode apresentar sinais e sintomas como: sangue na sua urina; dor nas costas ou abdome; perda de apetite; emagrecimento inexplicável; cansaço; anemia; febre intermitente.
As causas que desencadeiam esse câncer não estão claras, mas vários fatores de risco são considerados e destacamos alguns: idade avançada; tabagismo; obesidade; hipertensão arterial; paciente com insuficiência renal crônica que necessite de diálise; algumas síndromes herdadas (doença de Von Hippel-Lindau, síndrome de Birt-Hogg-Dube); portadores de esclerose tuberosa; câncer renal hereditário; exposição profissional a certas substâncias, como por exemplo: cádmio (um tipo de metal), alguns herbicidas e solventes orgânicos.
A cirurgia (nefrectomia) é a principal forma de tratamento, que pode remover apenas uma parte do rim ou a sua totalidade. E para esta decisão considera-se a extensão, volume e localização do tumor. A nefrectomia pode ser realizada de modo convencional (aberta) ou por técnicas minimamente invasivas, como a videolaparoscopia ou a cirurgia robótica. A melhor conduta é definida entre o paciente e o urologista, após análise de vários fatores como: características do tumor (tamanho, volume e localização), condições clínicas, doenças associadas e idade do paciente, condições técnicas do hospital, experiência profissional.
Ainda mencionamos que existem outras formas de tratamento para: tumores pequenos; localizados; e em estágios iniciais, como a Ablação por Crioterapia. A crioablação usa frio extremo para destruir o tumor. Uma sonda é inserida no tumor através da pele ou durante a laparoscopia. Gases muito frios são passados através da sonda, criando uma bola de gelo na ponta que destrói a neoplasia.
Ablação por radiofrequência é uma técnica que usa ondas de rádio de alta energia que produzem calor na sua extremidade. Uma fina sonda é inserida até o tumor e destrói as células cancerosas, quando aquecida.
A técnica de ablação, como as outras técnicas, pode evoluir com complicações e destacamos os sangramentos e/ou danos aos rins e órgãos próximos.
A Vigilância Ativa é uma abordagem possível que pode ser indicada para pacientes idosos, com condições clínicas desfavoráveis, em tumores pequenos de baixa agressividade. E para isso, uma biópsia pode ser realizada visando caracterizar se a lesão é benigna ou maligna, além de identificar o grau de agressividade das células cancerígenas.Quando a doença é diagnosticada em estágio avançado, geralmente é tratada por terapias direcionadas, uma vez que a quimioterapia pode ser ineficaz.
A terapia direcionada utiliza medicamentos que bloqueiam a angiogênese (crescimento dos novos vasos sanguíneos que nutrem o câncer) ou proteínas importantes nas células cancerígenas (chamadas tirosina quinases) que estimulam o crescimento e sobrevida tumoral.
A evolução dessa neoplasia é imprevisível e alguns tipos tumorais são muito agressivos, enquanto outros podem ter um crescimento extremamente lento. O importante é fazer o diagnóstico em estágios iniciais do câncer renal, uma vez que ainda não existem maneiras de evitá-lo e a taxa de sobrevida é significativa nessa condição. Converse com o seu Urologista regularmente visando medidas preventivas. Previna-se!