Criminosos criavam sites falsos de venda de peças de veículos. A ação da Polícia Civil de São Paulo resultou na prisão de três investigados e na apreensão de documentos, bens e valores ilícitos
Por Agência Gov | Via Ministério da Justiça
A Operação Web Scrap, da Polícia Civil de São Paulo, desmantelou uma associação criminosa que aplicava golpes em consumidores em todo o Brasil. O prejuízo ao crime organizado, com a ação deflagrada nesta quinta-feira (6), é de cerca de R$ 6 milhões. O esquema funcionava por meio da criação de sites falsos de venda de peças de veículos. Depois de atrair compradores e receber o pagamento, o grupo não entregava o produto anunciado.
Foram cumpridos 21 mandados judiciais, em Mauá, Praia Grande, Santo André e São Paulo, e três investigados estão presos. Foram bloqueados/desindexados cinco sites e apreendidos equipamentos eletrônicos, documentos e valores obtidos de forma ilícita. Os investigados responderão por crimes como estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A ação contou com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab). O nome Web Scrap faz referência ao tipo de fraude investigada, por meio da qual o grupo criminoso oferecia peças usadas de veículos por meio de sites falsos.
Modus operandi do crime
As investigações duraram oito meses, e os criminosos atuavam da seguinte forma:
• Criação do site falso: os golpistas criavam sites semelhantes a lojas legítimas, com domínios parecidos e leiaute profissional para enganar vítimas, remetendo para pedidos de orçamentos via WhatsApp;
• Promoções irresistíveis: os grupos ilegais ofereciam preços abaixo do mercado, por meio de propagandas pagas em redes sociais e ferramentas de busca na internet;
• Pagamento antecipado e falsa confirmação de compra: os criminosos exigiam pagamento via Pix, boleto ou transferência bancária, evitando opções seguras como cartão de crédito. Em seguida, enviavam e-mails ou mensagens confirmando o pedido, inclusive com códigos de rastreamento falsos para enganar a vítima;
• Desaparecimento, não entrega e ausência de reembolso: as contas de WhatsApp sumiam após um tempo ou bloqueavam contatos com a vítima, que nunca recebiam a peça comprada. Como o pagamento era feito por métodos sem estorno, a vítima não conseguia recuperar o dinheiro. Em seguida, os criminosos criavam outros sites e contas de WhatsApp para continuar aplicando a fraude.
Legislação
No Brasil, a pena para quem pratica os crimes de estelionato por meio de fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro é de reclusão, respectivamente, de quatro a oito anos e multa, (art. 171, §2º-A), de um a três anos e multa (art. 288), ambos tipificados no Código Penal, e de três a dez anos e multa (art. 1º da lei 9.613/1998).
As penas dos seis crimes de estelionato mediante fraude eletrônica, somados aos crimes de associação criminosa e lavagem de capitais, podem chegar a quase 111 anos de prisão.
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