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Com exceção da classe alta, todas faixas de renda, apresentaram deflação em junho

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Pesquisa realizada pelo IPEA destaca que os recuos foram maiores para o segmento de renda considerada muito baixa

por Agência Brasil 61

No mês de junho, todas as faixas de renda registraram queda nos preços de produtos e serviços, com exceção da classe de renda alta, que apresentou uma inflação de 0,10%. Esse aumento foi impactado principalmente pelos reajustes nos preços dos serviços relacionados à habitação.

No acumulado do ano até junho, a classe de renda média-alta teve a maior taxa de inflação, com 3,06%. Isso pode ser explicado pela composição da cesta de consumo das famílias de maior poder aquisitivo. Além disso, o efeito da queda nos preços dos combustíveis foi parcialmente anulado pelo aumento das passagens aéreas em 11,0%.

Por outro lado, a classe de renda muito baixa apresentou a menor taxa de inflação acumulada para 2023, com 2,48%. De maio para junho, essa faixa registrou uma queda de 0,16% nos preços dos produtos consumidos.

Considerando o acumulado de doze meses, a menor taxa de inflação foi observada na faixa de renda média-baixa, com 2,96%. Enquanto isso, a classe de renda alta registrou novamente a maior taxa de inflação de doze meses, atingindo 4,13%. Para as famílias de renda muito baixa, a alta da inflação encerrada em junho foi de 3,38%.

No geral, a principal contribuição para a desinflação em junho veio da deflação dos alimentos no domicílio. Onze dos dezesseis subgrupos que compõem esse conjunto de itens apresentaram queda de preços, com destaque para cereais (-1,8%), carnes (-2,1%), leites e derivados (-1,3%), óleos e gorduras (-5,3%) e frutas (-3,4%). Esses itens aliviaram a pressão inflacionária, especialmente para as famílias de menor renda, uma vez que possuem um peso significativo em suas cestas de consumo.

A queda nos preços do grupo de transportes também contribuiu de forma expressiva para a desinflação em junho, refletindo principalmente na deflação de 1,9% nos combustíveis.

Embora em menor escala, houve queda nos preços de eletroeletrônicos em 1,2% e de artigos de cama, mesa e banho em 1,6% para todas as faixas de renda. Esses produtos resultaram em uma contribuição negativa no grupo de artigos de residência.

Por outro lado, os reajustes na energia elétrica (1,4%), taxa de água e esgoto (1,7%) e condomínio (1,7%) foram apontados como os principais pontos de pressão no grupo de habitação. Esses itens exerceram a maior contribuição positiva para a inflação em junho.

Essa contribuição foi ainda maior para as classes mais altas, uma vez que esses segmentos não se beneficiaram significativamente da queda nos preços do gás de cozinha (-3,8%).

Na comparação com junho do ano anterior, todas as faixas de renda apresentaram uma forte desaceleração da inflação.

Esses dados foram medidos pelo Indicador de Inflação por Faixa de Renda, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Foto de Capa: Valter Campanato|Agência Brasil

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