Por: MF Press Global
“Vou dar aos meus filhos tudo aquilo que não tive quando era criança.” A maioria das pessoas já devem ter falado ou ouvido a frase em algum momento da vida. Mas você sabe porque essa frase deve ser repensada?
De acordo com o terapeuta, contador e advogado Marcos Miranda, em seus atendimentos sobre prosperidade na vida financeira, é perceptível que embora essa frase pareça uma frase de superação dos pais e acolhimento dos filhos, não é bem assim que acontece na prática.
“A grande maioria dos pais que utilizam essa expressão e a tem como lema para vida, não conseguem assumir posturas adultas na gestão de suas finanças e consequentemente se sentem limitados ou estagnados em prosperar na vida financeira. A conduta desses pais é frequentemente consumista, impulsiva e imediatista, pois querem compensar as frustrações de sua criança interior fornecendo aos filhos tudo que eles pedem, independente da necessidade e sem olhar as consequências. Em decorrência da elevada exigência em compensar o que não tiveram no passado esses pais apresentam também um elevado nível de ansiedade, rigor, tristeza e cobrança de si mesmos”, disse.
Conforme Marcos, nas condutas pertinentes às finanças se destaca o medo desses pais de arriscar em novos nos negócios, investir dinheiro, se dispor a novas oportunidades e situações similares, isso porque há o temor de perder o que tem e assim não conseguir ofertar aos filhos o que não teve. É um ciclo constante centrado em um comportamento de escassez.
“Essas condutas costumam ser prejudiciais na relação desses pais com o dinheiro e auto realização, porém refletem também em seus filhos. Esses, por sua vez, costumam apresentar dependência e sensação de incapacidade em relação aos pais e a vida. Os filhos que recebem tudo dos pais e se sentem privados em experimentar a autonomia na própria vida tendem a acreditar que não são capazes de conseguir suas próprias conquistas. Se tornam frequentemente pessoas inseguras e com dificuldades em lidar com o dinheiro e prosperar na vida financeira”, explicou.
Como os pais podem sair dessa dinâmica de compensação?
Uma forma de sair dessa dinâmica de compensação, conforme o contador, é os pais verdadeiramente olharem para a sua criança interior e cuidar das feridas interiores, ofertando à sua criança o que ela não pode ter quando precisou. Então ao invés de eu vou dar aos meus filhos o que não tive, o ideal é que se diga, eu vou me ofertar aquilo que me fez e continua me fazendo falta.
“Contudo, é importante entender esses sentimentos de falta, quando se olha para o passado é comum ver as situações sem entender o que se resultou dela na mente. Se você, por exemplo, passou fome quando criança, é normal acreditar que precisa estocar comida para que não falte nada, porém o que esta por trás dessa conduta não é a fome em si, e sim o medo e a insegurança em faltar algo que você considera que nunca deveria ter faltado. Um pensamento próspero para esse exemplo é você assentir quanto ao seu passado, se responsabilizar sobre ele como um adulto e se comprometer em se cuidar para que a sua vida possa ser diferente e prospera”, contou.
Segundo Marcos, essa nova postura gera um sentimento de realização na vida e consequentemente prosperidade. As finanças começam a se acertar, as oportunidades que antes não eram vistas parecem estar cada vez mais presentes e o medo do não ter passa a ser olhado como força para ter.
“Assim, para se ter prosperidade na vida financeira é necessário cuidar também das nossas questões emocionais, olhar para os nossos sentimentos e buscar ajudar para entende-los de forma a trabalhar o seu autoconhecimento”, finalizou.