Enquanto os parlamentares nacionais só se preocupam com os seus interesses, mordomias, altos salários, não combatem o empreguismo indecente em seus gabinetes, como ficou evidenciado o caso do filho de Jair Bolsonaro, dando as costas para os reais problemas da sociedade, o que revela a falta de vergonha e caráter, a realidade brasileira é esta:
“Mulher dá à luz na recepção de hospital municipal do Rio – Uma mulher deu à luz sozinha, neste domingo, no chão da recepção do Hospital municipal Pedro II, após ter aguardado por mais de uma hora atendimento. De acordo com relatos de técnicos de enfermagem da unidade, não havia médico nem enfermagem no plantão, apenas recepcionista, maqueiro e segurança.”
Este é o quadro apocalíptico do sistema público de saúde no Brasil. Uma grande vergonha que não envergonha os políticos e governos brasileiros.
O dinheiro dos contribuintes jorra para pagar as campanhas políticas dos oportunistas travestidos de homens públicos honrados; para bancar a orgia dos gastos do Congresso Nacional com deputados e senadores, sem esquecer os legislativos estaduais e municipais; para sustentar a elite de ministros do STF contemplada com aumentos salariais intempestivos; para bancar as despesas de auxiliares e seguranças de ex-presidentes da República abonados, inclusive dos cassados etc.
Mas o dinheiro dos contribuintes não jorra para atender às camadas mais necessitadas, porque falta vergonha e caráter aos políticos e governantes brasileiros, que só sabem enxergar os seus interesses e de grupos que representam, esquecendo os compromissos constitucionais.
Se todos os políticos e governantes fossem obrigados a ser atendidos na rede pública de saúde, inclusive os ministros do STF, certamente, o panorama de atendimento seria bem outro.
Mas como a pobreza nacional – representada pela mulher que, humilhada, deu à luz sozinha no chão da recepção do hospital – não nasceu com a sorte de ser político ou ministro do STF, a expectativa sombria será continuar padecendo sob o olhar negligente e debochado dos políticos, dos governantes e do Judiciário.