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Confiança da indústria cai pelo 4º mês seguido e atinge nível de desconfiança

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Para janeiro deste ano, índice caiu 2,2 pontos, chegando a 14,2 pontos de queda desde outubro de 2022

Por: Álvaro Couto/Brasil 61

Pelo quarto mês consecutivo, a confiança do setor industrial caiu. No primeiro levantamento de 2023, a redução foi 2,2 pontos na comparação com dezembro de 2022, recuando de 50,8 para 48,6 pontos. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (12), são do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sinalizam as mudanças de tendência da produção industrial.

Com a queda recente, o índice se posicionou abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que aponta a falta de confiança do setor pela primeira vez desde julho de 2020. Desde outubro de 2022, quando teve início a sequência de quedas, a confiança do setor caiu 14,2 pontos.

Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, contextualiza o resultado. “A queda começou muito por conta das expectativas e muito focada na economia brasileira. Só que isso foi se contaminando, tanto as expectativas contaminando cada vez mais a avaliação das condições correntes, como também a própria avaliação das empresas, que também veio piorando e, nesse mês, a própria avaliação das condições atuais das empresas também caíram para o campo negativo”, explica o gestor.

A pesquisa atual também aponta que, na comparação com janeiro de 2022, houve queda de 7,4 pontos na confiança do empresário do setor industrial, quando o índice apontava para uma confiança de 56 pontos.

Para Azevedo, a análise do cenário já indicava para mais um resultado negativo. “Era uma sequência que já vinha de alguns meses e, como a gente percebia tanto uma piora nas expectativas quanto nas condições, pioras crescentes nas duas avaliações, a continuar essa tendência, era de se esperar que se chegasse no campo de falta de confiança, infelizmente”, lamento o especialista.

Composição ICEI

O ICEI é composto por dois indicadores: o Índice de Condições Atuais, que mede a percepção dos empresários sobre a economia brasileira em relação aos últimos seis meses, e o Índice de Expectativas, que mensura as perspectivas do setor industrial para o semestre seguinte. Na pesquisa atual, os dois componentes do índice de confiança caíram e migraram para patamares negativos.

O Índice de Condições Atuais referente a janeiro recuou 2 pontos, para 48,3 pontos, e ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando que o setor deixou uma percepção de melhora e passou a enxergar uma piora nas condições atuais na comparação com os últimos seis meses. Quando indagados sobre as condições atuais da empresa, em janeiro de 2023 os empresários passaram a perceber piora, diferentemente dos meses anteriores. A percepção das condições da economia brasileira, por sua vez, já era pessimista em dezembro.

Em relação ao Índice de Expectativas, houve queda de 2,2 pontos para 48,8 pontos, levando a uma posição abaixo da linha divisória de 50 pontos e, assim, migrando a expectativa do setor industrial para a economia brasileira do otimismo ao pessimismo com relação aos próximos seis meses. A expectativa no que diz respeito às empresas, apesar de menos otimista, segue positiva.

Foto de capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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