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Confiança do consumidor cai pelo terceiro mês consecutivo

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Endividamento da família, inflação alta e incerteza quanto ao futuro seriam os principais motivos da queda do Índice de Confiança do Consumidor do FGV IBRE, conforme apontam os economistas

Por: José Roberto Azambuja/Brasil 61 

 

Economistas ouvidos pelo Brasil61 apontam as principais razões da falta de confiança do consumidor, registrada em fevereiro de 2023 pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). No período, o Índice de Confiança do Consumidor do FGV IBRE caiu 1,3 ponto, chegando a 84,5 pontos – menor nível desde agosto de 2022 (83,6 pontos).

Em médias móveis trimestrais, o índice cai pelo terceiro mês consecutivo, recuando 0,3 ponto. A análise por faixa de rendas do levantamento, mostra perda de confiança em todos os níveis de renda, exceto para famílias com maior poder aquisitivo (acima de R$ 9.600).

O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,8 ponto, para 69,3 pontos, o pior resultado desde maio de 2022 (69,1 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) cedeu pelo segundo mês consecutivo, ao cair 0,9 ponto, para 95,8 pontos. Com relação às expectativas, houve queda da intenção de compras e das perspectivas sobre a economia.

Conforme os economistas Renan Silva e Benito Salomão, os principais motivos da falta de confiança detectada pelo FGV IBRE seriam o endividamento feito pelas famílias, a inflação alta e a incerteza quanto ao futuro.

Endividamento familiar

O economista Renan Silva é professor de Economia do Ibmec. Segundo ele, o principal fator a influenciar a queda do ICC pelo terceiro mês consecutivo foi, “sem dúvida nenhuma”, o endividamento da família: “Antes da  covid isso já era grave e agora, após o período de lockdown, o endividamento familiar se encontra em patamares recordes”, justificou.

Além desse fator, esclareceu Renan Silva, a renda real vem caindo em razão da inflação agressiva e, também, das dúvidas quanto ao futuro. “É certo que a maior parte das famílias, hoje, deseja reduzir consideravelmente suas despesas e seus compromissos financeiros”, afirmou o professor.

Medidas efetivas

Já o economista Benito Salomão, doutor em economia pela universidade Federal de Uberlândia (UFU), entende que não houve por parte do governo eleito nenhuma medida mais efetiva de melhoria, no campo econômico. Para ele, o movimento do governo foi contrário ao esperado pelo consumidor.

“Há uma perspectiva de inflação demasiadamente alta, por um período mais longo do que se acreditava inicialmente”, afirma Salomão, acrescentando que “inflação mais alta significa renda disponível do consumidor menor e, portanto, a confiança tende a cair naturalmente”.

Foto de capa: Rovena Rosa/Arquivo Agência Brasil

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