Especialista alerta que exercícios trazem benefícios a todos, mas que obrigatoriedade é apenas para alguns
Por Casa9 Agência de Comunicação
Os casos de Covid-19 reacenderam o debate sobre a importância da fisioterapia. A área que cuida do movimento do corpo humano passou a ser citada constantemente como necessária na recuperação dos pacientes infectados pelo novo coronavírus. Mas são todos que precisam do cuidado? Como ele deve ser feito? O fisioterapeuta Dawis José Lima, Coordenador Interdisciplinar da Rede Paulo de Tarso de Cuidados Continuados e Integrados, explica.
Segundo o especialista, vale destacar que a fisioterapia pode ser usada na prevenção de problemas respiratórios, de articulação e movimento. “Não é necessário ter um problema para procurar um fisioterapeuta. Exercícios de respiração, para expansão e limpeza do pulmão, assim como de alongamento e força dos músculos podem prevenir dores crônicas e lesões”, afirma Dawis. Ele explica que são raros os casos que ela não é recomendada. No entanto, não são todas as pessoas que tiveram Covid-19 que precisam fazer.
“Pensando em coronavírus, a fisioterapia é indicada para aqueles que tiveram a forma mais grave da doença, com infecções respiratórias e repercussões motoras, provocadas também pelo tempo que o paciente permaneceu acamado, que é em média de 14 dias”, diz. De acordo com ele, esse paciente pode sofrer sequelas como a síndrome do imobilismo, que leva à perda da força muscular, atrofia, dor crônica e problemas circulatórios.
“Nesse caso, é necessária uma fisioterapia respiratória para mexer nos parâmetros da respiração do paciente. A monitorização e o suporte ventilatório são de responsabilidade do fisioterapeuta”. Para essas pessoas, o acompanhamento deve continuar mesmo com a melhora do quadro. Exercícios simples podem ser feitos em casa, com acompanhamento por teleconsulta, por exemplo. Por quanto tempo isso será feito dependerá de caso a caso.
Outro grupo que deve procurar a fisioterapia é formado por idosos e pessoas com doenças crônicas. No caso deles, ainda que a Covid-19 não exija internação, o sedentarismo tende a ser maior, em função do isolamento social, o que pode causar problemas futuros. Por isso, a sugestão é de realização da fisioterapia motora, para ativar circulação, alongamento e fortalecimento dos músculos.
Esses exercícios, de acordo com o profissional da Rede Paulo de Tarso, podem ser feitos por 30 minutos, 3 vezes por semana, ou diariamente durante 20 minutos. Com eles, podem ser feitos, ainda, exercícios respiratórios para ajudar na expansão dos pulmões e mobilizar eventuais secreções.
O fisioterapeuta ainda alerta para a necessidade, em um momento como este, da ingestão de alimentos ricos em proteína, importantes para a musculatura, e do controle da Vitamina D, que tende a baixar com as pessoas permanecendo em casa, o que prejudica o sistema osteomuscular. “Mas isso não significa que as pessoas devem tomar suplementos por iniciativa própria. É necessário consultar um médico para verificar a real necessidade”, garante Dawis.
Já para aqueles que apresentam um quadro mais brando de Covid-19, o fisiterapeuta não recomenda a prática de exercícios, por mais simples que sejam. A sugestão, neste caso, é que a pessoa faça repouso.
Aproveitando o momento atual, cheio de incertezas, o especialista também lembra que a fisioterapia pode ajudar no controle à ansiedade, cada vez mais relatada desde que a pandemia começou. “Pessoas ansiosas sofrem alterações nos padrões respiratórios. Esses mesmos exercícios indicados para quem está em recuperação da doença podem ajudar aqueles que não pegaram o coronavírus, mas que estão afetados pelos impactos da Covid-19 no dia a dia”, conclui.